Descrição de chapéu Coronavírus

Cidades ensaiam rebelião contra fechamento de comércio, mas movimentos são contidos

Medidas de isolamento social são desafiadas em municípios de São Paulo, Minas e Goiás

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Ribeirão Preto

Um protesto no último dia 27 pedindo a reabertura do comércio em Franca, a 400 km de São Paulo, foi seguido por uma série de descumprimentos das medidas de isolamento social decretadas na cidade.

Todos os dias, ao menos 300 denúncias chegam à prefeitura de aglomerações e estabelecimentos, como bares e pequenos comércios, que estão com as portas abertas. A administração, então, aciona o setor de fiscalização para averiguar a situação de cada ponto que está em funcionamento irregular na cidade, que tem três casos da Covid-19.

O cenário da cidade paulista não é único em meio à pandemia do novo coronavírus. Em municípios de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo surgiram nos últimos dias iniciativas contra o fechamento do comércio, mas que foram barradas por prefeituras, Ministério Público ou com a intervenção do governo do estado. Medidas de isolamento são recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e adotadas no mundo inteiro.

Após a carreata e buzinaço em frente à prefeitura e à casa do prefeito Gilson de Souza (DEM), associações se reuniram com o governo para discutir o assunto. Ficou definido que o comércio continuará fechado até o dia 7.

Enquanto isso, a prefeitura foi chamada nesta quinta (2) para uma aglomeração num jogo de futebol numa praça da periferia, que reunia cerca de 50 pessoas.

“As irregularidades são muitas, a maioria em bares, mas também somos acionados em casos de muitos idosos jogando baralho ou dama em praças. O momento é de ficar em casa, é a melhor forma de evitar a disseminação”, disse o chefe de gabinete da prefeitura, José Conrado Dias Netto.

O fim da proibição pode ser prorrogado dependendo das decisões que o governador João Doria (PSDB) tomar em relação à quarentena, segundo ele.

Em outra cidade paulista, Marília, a prefeitura chegou a anunciar a reabertura do comércio na última quarta-feira (1), incluindo academias, shoppings, bares, restaurantes e comércio, mas recuou dois dias antes.

O comitê de enfrentamento ao novo coronavírus se reuniu na segunda-feira (30) e decidiu estender a quarentena até terça-feira (7), para coincidir com a data inicial do decreto do governo paulista.

Já em Minas Gerais, Muriaé tinha decido reabrir parte do comércio a partir da última segunda, mas na véspera houve a confirmação de um caso de Covid-19 na cidade e a prefeitura revogou o decreto. Na quinta-feira (2), já eram três casos.

A abertura também foi pedida em protestos feitos em outras cidades mineiras, como Ituiutaba, Divinópolis e Juiz de Fora.

No início da semana, as prefeituras goianas de Pontalina e Acreúna baixaram decreto para reabrir o comércio, apesar da decisão do governador Ronaldo Caiado (DEM) de fechar os estabelecimentos até este sábado (4), que já foi ampliada para o dia 19.

A decisão fez Caiado ligar para os prefeitos e afirmar que eles não poderiam tomar a atitude, por se sobrepor ao decreto estadual.

“[O prefeito de Acreúna, Edmar Alves] Entendeu 100% a gravidade do coronavírus e resolveu revogar seu decreto. Que essa compreensão chegue a todos”, disse Caiado por meio de redes sociais.

Em Pontalina, o prefeito Milton Ricardo de Paiva (MDB) escreveu no decreto nº 102 que revogava o de nº 101, da véspera, “em seus dispositivos que contrariam as determinações e recomendações” do decreto assinado por Caiado no dia 13 de março.

O mesmo ocorreu em Muqui (ES), que no dia 27 publicou um decreto para reabrir o comércio e, dois dias depois, fez nova publicação, para revogar o anterior. Um decreto do governador Renato Casagrande (PSB) já proibia atividades comerciais e o Ministério Público também havia pedido que as medidas fossem seguidas.​

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