Descrição de chapéu Coronavírus

Cremesp diz que Instituto Adolfo Lutz armazena amostras de forma inadequada

Laboratório diz que não há problemas na refrigeração de testes para coronavírus

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São Paulo

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) encaminhou nesta sexta-feira (10) ao Ministério Público e à Secretaria de Estado de Saúde denúncia apontando possíveis irregularidades no armazenamento de amostras para testes de coronavírus no Instituto Adolfo Lutz.

A informação foi noticiada pela TV Globo e confirmada pela Folha.

Em ofício endereçado aos órgãos citados, documento ao qual a reportagem teve acesso, o conselho diz que, após realizar fiscalização na quinta-feira (9), encontrou 20 mil amostras in natura em geladeiras com capacidade para armazenar esse tipo de material por até 72 horas. Afirma, também, que o instituto teria capacidade de realizar 1.400 testes por dia.

Na avaliação do Cremesp, a quantidade de amostras excede a capacidade de processamento do instituto dentro do período conservação ideal.

E as amostras também "estão armazenadas em equipamentos que não atingem a mesma capacidade de temperatura regulamentar" para esse tipo de material, o que poderia comprometer o resultado dos testes.

Em nota, o conselho afirma, ainda, que "na vistoria, entre outras constatações de irregularidades, o Instituto também não demonstrou como realiza o sistema de priorização de exames, conforme determinação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para casos graves como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e óbitos."

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde e a Coordenadoria de Controle de Doenças, responsável pelo Instituto Adolfo Lutz, nega as irregularidades e afirma que a temperatura das geladeiras não interfere na qualidade das análises.

"O protocolo adotado pela OMS [Organização Mundial da Saúde] para diagnóstico de Covid-19, denominado Charité/Berlim, não define tempo mínimo de manutenção sob refrigeração. A recomendação é manter a amostra refrigerada, ou a -20ºC ou a -70ºC. O Adolfo Lutz possui geladeiras e freezers com capacidade para armazenamento seguindo essas indicações", diz o comunicado.

A secretaria afirma, também, que é falsa a informação de que são quase 30 mil exames parados, à espera de análises.

"Das 17 mil amostras, cerca de 9.000 já foram priorizadas pela Plataforma de Laboratórios coordenada pelo Instituto Butantan e distribuídas na rede para processamento imediato", afirma a pasta. "A plataforma tem capacidade para realizar até 8.000 testes por dia."​

A secretaria informa que ainda não foi oficialmente notificada da denúncia até o momento, mas que está à disposição do Cremesp e do Ministério do Público para esclarecimentos.

O conselho, por sua vez, disse esperar que o MP-SP tome as devidas providências diante das irregularidades que apontou no relatório encaminhado ao órgão.

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