Descrição de chapéu Coronavírus

Exército monitora capacidade de cemitérios em SP diante de coronavírus

A exemplo do Rio, municípios do estado têm sido consultados por oficiais sobre espaço disponível para sepultamentos

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São Paulo

Oficiais do Exército têm telefonado para prefeituras do estado de São Paulo desde o início da semana para coletar informações sobre os cemitérios e a capacidade de sepultamentos diante da pandemia do novo coronavírus.

A ação é conduzida pelo Comando Conjunto Sudeste. Indagado sobre o serviço, o Comando enviou nota afirmando que planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos e visa mitigar os efeitos nocivos da pandemia.

A Folha havia revelado, na quinta-feira, que essa ação já é realizada no Rio de Janeiro pelo Comando Conjunto Leste. Relatórios com a capacidade de cada cidade serão entregues ao Departamento-Geral Pessoal do Exército, que fica em Brasília.

Em São Paulo, parte dos municípios recebeu o questionamento por escrito, parte por telefone.

Entre os dados pedidos pelo Exército estão a quantidade de cemitérios e o número de sepulturas à disposição.

“O Comando Conjunto do Sudeste, ativado pelo Ministério da Defesa no contexto do emprego das Forças Armadas contra a Covid-19, planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade”, diz nota enviada à Folha nesta sexta-feira (17).

A medida surge diante do risco de o país enfrentar um colapso funerário, como tem ocorrido em alguns países. No Equador, atualmente, os corpos são levados para parques ou outras áreas públicas. Espanha e Itália tiveram que contar com ajuda do Exército para transportar seus mortos e sepultá-los.

O Brasil registra 2.141 óbitos pela Covid-19, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (17). Em um mês, São Palo passou de uma morte pela doença para 928.

Nos 22 cemitérios da capital paulista, as mortes com suspeitas de coronavírus são até metade do enterros, segundo levantamento feito pela Folha ao longo desta semana.

A reportagem obteve dados de 19 dos 22 cemitérios municipais, de dias diferentes desta semana. Nestes locais, havia desde unidades sem casos suspeitos nem enterros até outras onde eles já são maioria —em nove cemitérios onde houve enterros na tarde de quarta (15), um a cada quatro sepultamentos eram de casos de suspeita da doença.

Questionada sobre os números gerais, a gestão Bruno Covas (PSDB) se recusou a informar enterros relativos a mortes suspeitas, afirmando que são dados internos.

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