Descrição de chapéu Obituário Ângelo Barbosa Monteiro Machado (1934 - 2020)

Mortes: Apaixonado por libélulas, fez descobertas médicas e científicas

Ângelo Barbosa Monteiro Machado era médico, professor, pesquisador, entomologista, ambientalista, escritor e dramaturgo

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São Paulo

Um rigor envolto em doçura. Assim era o médico, professor, pesquisador, entomologista, ambientalista, escritor e dramaturgo Ângelo Barbosa Monteiro Machado nas salas de aula da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde trabalhou por mais de cinco décadas e chegou a professor emérito em meados de 2005.

Os alunos da medicina o chamavam de Angelinho —uma alusão carinhosa aos anjos. “Meu pai tinha um coração genuíno. Amava e acreditava muito nas pessoas. Era uma pessoa super do bem”, diz o filho, o biólogo Paulo Augusto Ribeiro Machado, 51. Três dos quatro filhos o tiveram também como professor.

Entre suas descobertas relevantes no campo da medicina, em 1960 Ângelo mudou o conceito existente sobre as lesões do sistema nervoso autônomo na doença de Chagas.

Ângelo Barbosa Monteiro Machado (1934-2020), de camisa azul ao centro, e família
Ângelo Barbosa Monteiro Machado (1934-2020), de camisa azul ao centro, e família - Arquivo pessoal

Nascido em Belo Horizonte (MG), desde criança foi apaixonado por libélulas. O hobby virou profissão. Reuniu uma coleção com 35.250 exemplares de 1.052 espécies ao longo de seis décadas.

Foi homenageado com seu nome em 56 espécies de animais, entre besouros, libélulas, anfíbios, répteis e até plantas. Em 2015, doou seu acervo à UFMG.

O amor de sua vida foi a esposa, a professora Conceição Machado. Se conheceram na década de 1960, quando começaram a trabalhar juntos. Na época, ela ainda era aluna.

Seu passatempo era escrever. Tinha 45 livros publicados, infantis, de medicina e de humor, além de seis peças de teatro encenadas. Em 1993, foi agraciado com o Prêmio Jabuti.

“O ‘Tratado de Guerra’, que levou 15 anos para escrever, será lançado em breve pela editora da UFMG. Este é um livro para adultos”, conta Paulo.

Ângelo Barbosa Monteiro Machado morreu dia 6 de abril, aos 85 anos, em decorrência de pneumonia aspirativa. Viúvo, deixa quatro filhos e sete netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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