Quando menino, o piauiense Francisco de Paula Moura costumava cantar as músicas que seu pai gostava de ouvir no rádio.
De família humilde, Francisco nasceu na roça, em São Miguel da Baixa Grande (a 138 km de Teresina). Como não havia parentes com veia artística, ele acreditava que o dom de cantar tinha sido um presente dado por Deus.
Francisco tornou-se cantor e compositor profissional. Ficou conhecido como Paulynho Paixão, o “rei do coladinho”, com sucessos do brega, do arrocha e do forró.
Gravou CD, construiu amizades no meio artístico e conquistou o Norte e o Nordeste. Suas músicas foram interpretadas por artistas consagrados como Wesley Safadão, Simone & Simaria, Xand Avião, Gustavo Lima e Léo Magalhães, entre outros.
A vida o ensinou a caminhar por altos e baixos, após virar refém do álcool e das drogas. Perambulou pelas ruas de São Paulo até conseguir abrigo num hotel e encontrar Márcio Oliveira de Souza, conhecido como Márcio Shows. Tornaram-se amigos e começaram a trabalhar juntos.
Com a ajuda de um programa da TV Record, Paulynho foi internado para tratar o vício e, em meados de 2018, retornou à carreira musical.
Paulynho Paixão saiu de cena em 3 de abril, aos 43 anos, após sofrer dois acidentes em menos de três horas. No primeiro, capotou o carro quando estava a caminho de Teresina. Saiu com poucas escoriações. De volta a São Miguel da Baixa Grande, pegou uma moto para retornar ao local do primeiro acidente e caiu. Dessa vez, sofreu ferimentos graves e não resistiu.
“Ele tinha um coração bom e era um dos melhores compositores que eu conheci neste país”, afirma Márcio. Paulynho Paixão deixa a mulher, uma filha e muitos fãs.
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