Linhas muito bem traçadas moldaram a vida de Antonio Futema e lapidaram seu caminho profissional. Ele passou pela existência como um brilhante desenhista e incentivador de sonhos.
Seus pais vieram do Japão e se conheceram ao desembarcar no porto de Santos (72 km de SP). Na época da Segunda Guerra Mundial, seguiram para Palmital (414 km de SP); depois, o casal se mudou para Sorocaba (99 km de SP) e finalmente para a capital paulista.
Antonio tinha sete irmãos. Aos 12 anos, entrou para trabalhar numa metalúrgica com carteira assinada e aproveitou a parceria do local com o Senai para fazer cursos ligados a desenho técnico e ferramentaria.
“Meu pai gostava de criar. Ele desenhava e fabricava bijuterias, presenteava a família com elas e vendia aos amigos. Foi comerciante, dono de mercearia, restaurante, bar e sorveteria. Em alguns períodos, intercalava o trabalho de metalúrgico com o comércio e desenhava máquinas”, conta a filha, a jornalista Fabiana Futema.
A primeira vez que viu a esposa, a funcionária pública Maria de Nazaré, 69, foi num ponto de ônibus. Apaixonou-se e largou a então namorada para se casar com ela, o que aconteceu em 1971.
Como pai, foi amoroso e incentivador dos sonhos. Deu aos filhos a liberdade de aprenderem coisas novas.
“Quando eu tinha 11 anos, me colocou num carro para me ensinar a dirigir. Lembro da cena até hoje. Dei uma voltinha, mas não quis continuar”, lembra Fabiana.
Pai aventureiro, gostava de levar os filhos para acampar no mato. Avô carinhoso, era santista fanático e um exímio jogador de sinuca e de caixeta.
A linha de sua vida foi repleta de acontecimentos, dons e amor. Genialidade e inquietude eram o combustível para fazer a vontade dos filhos.
Alguns sonhos ligados a viagens longas não foram realizados porque tornou-se doente renal. Antonio Futema morreu dia 8 de abril, aos 72 anos, por complicações de infecção urinária. Deixa esposa, cinco filhos e oito netos.
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