Os artistas recebem uma dose extra de beleza ao longo da vida. A pintora e professora de história da arte e pintura, Elizethe Helena Borghetti, é um exemplo da constatação.
Natural de Chapada (RS), Lou Borghetti adotou o apelido carinhoso que ganhou de um namorado por enxergar na sua amada a semelhança com a poeta e romancista russa Lou Andreas-Salomé.
Lou Borghetti viveu em Porto Alegre (RS), onde funcionava seu ateliê. O dom para pintura nasceu com ela. Na infância, pintava lenços para serem vendidos no táxi do pai. Autodidata, adotou um estilo de pintura próprio.
Entre os pincéis e as tintas, havia paixão. A filha, a advogada Fernanda Borghetti Cantali, 41, disse o quanto Lou era guerreira. “Minha mãe era extremamente determinada e lutadora. Conseguiu vencer em Porto Alegre com arte. Ela nunca trabalhou com nada que não fosse arte”, conta Fernanda.
A paixão era a pintura e ministrar aulas de pintura e história da arte, o que fez durante quase 40 anos. Gostava da casa e do ateliê cheios.
A emoção presente nos pincéis colaborou para que Lou vivesse com alegria e vigor. “Ela tinha uma gargalhada característica, marcante. De alto astral e personalidade forte, era amada por todos”, diz Fernanda.
Lou Borghetti foi amiga e assistente do pintor e gravurista Iberê Camargo. Venceu dois prêmios: o Iberê Camargo e o Açoriano de Artes Plásticas.
Lou Borghetti morreu no dia 25 de abril, aos 65 anos, de câncer no endométrio. Deixa a filha, a neta de cinco meses, que foi batizada como Helena em sua homenagem, e três irmãos.
Além das suas obras, da importância para a cultura de Porto Alegre e do amor pela pintura, Lou deixou gravado no coração das pessoas que é preciso ser leve, ter alto astral e perseguir os sonhos.
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