A funcionária pública aposentada Maria Coaracy Velloso carregou a elegância e a vaidade durante 92 anos. É a imagem que ficará como lembrança para os familiares e amigos.
Maria nasceu em Iacanga (378 km de SP). Teve 11 irmãos. De criança, foi colocada para estudar num colégio interno. Quando saiu, mudou-se para a capital paulista e batalhou para sobreviver.
Maria prestou concurso público para o Hospital das Clínicas e foi aprovada. E lá se foram pelo menos 35 anos de trabalho. Segundo o sobrinho, o advogado Welton Luiz Velloso, 48, ela também atuou na Fundação Pró-Sangue Hemocentro de SP.
Alto astral, de bem com a vida, carinhosa e amável, Maria sempre abriu os braços para ficar perto da família e dos amigos.
Se necessário, colocava em ação uma dose excessiva de inflexibilidade, mas nunca perdeu o equilíbrio da situação e nem deixou de ser compreensiva. Boa conselheira, confortava a todos com seus abraços
e suas palavras de carinho.
Foi independente por opção. A morte da mãe, Maria Eulália da Silva Velloso, a aproximou de uma das irmãs, Bartyra Velloso. Ambas moravam no mesmo prédio, na Pompeia (zona oeste).
Maria viveu intensamente ao lado da família e dos amigos. Cerveja, churrasco, pizza, brincadeiras e gargalhadas caíam muito bem a qualquer hora e lugar.
Quando resolvia pilotar o forno, todos eram contemplados com fornadas de biscuit, sua especialidade.
A ameaça do coronavírus foi a única coisa que conseguiu segurá-la em casa, pois Maria era ativa e no auge dos seus 92 anos fazia tudo sozinha.
Maria Coaracy Velloso morreu dia 18 de abril, aos 92, após sofrer um acidente doméstico. Deixa dois irmãos e os sobrinhos. “A seu modo, ela nos ensinou o respeito e a generosidade com o próximo”, diz Welton.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.