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Turistas burlam veto e vão à praia durante quarentena no litoral de SP

Prefeituras proibiram permanência na faixa de areia; em Santos, há quem passeie pelo calçadão

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Reginaldo Pupo Klaus Richmond
São Sebastião (SP) e Santos

Apesar do veto de prefeituras, turistas vêm burlando os decretos em cidades do litoral norte de São Paulo para passar o período de quarentena na faixa de areia. Em Santos, no litoral sul, a concentração é de pessoas andando no calçadão da praia —o que não é proibido, mas também não é recomendado pelos gestores locais.

Na praia da Baleia, em São Sebastião, próximo a mansões em condomínios de luxo, é possível ver casais e famílias tomando sol, caminhando ou brincando na faixa de areia.

Surfistas, praticantes de ioga, banhistas, famílias com crianças e bebês de colo e gestantes estavam na faixa de areia na tarde desta terça-feira (31). A arquiteta Fernanda Souza Lima, 27, de São Paulo, tomava banho de mar sem se importar com os alertas da prefeitura local.

Banhistas na praia da Baleia, em São Sebastião, no litoral norte de SP, na tarde desta terça-feira (31)
Banhistas na praia da Baleia, em São Sebastião, no litoral norte de SP, na tarde desta terça-feira (31) - Reginaldo Pupo/Folhapress

“Estou em casa de familiares aqui na Baleia e resolvi descer para passar a quarentena por aqui pois a praia é bem extensa e creio que não haja perigo para pegar ou transmitir vírus, pois as pessoas ficam distantes umas das outras”, disse ela.

A Sabaleia (Sociedade Amigos do Bairro da Praia da Baleia) afirmou que vem orientando os frequentadores a permanecerem em casa e não frequentarem a praia. O alerta é feito pessoalmente e por meio da distribuição de folhetos também nos condomínios. Em posts nas redes sociais, banhistas que burlam o veto estão sendo criticados.

No litoral sul, as faixas de areia estão praticamente vazias desde a medida conjunta de restrição total adotada no último dia 19 por nove cidades: Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga. Mesmo assim, ainda há movimentação intensa nos calçadões e até registros de detenções.

“Tomamos essa decisão [de fechar as praias] com base em evidências técnicas e científicas. A recomendação e a fiscalização é para que não saiam, e muitos têm entendido, mas ainda há um grupo que não conseguimos conter”, disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Na cidade, é clássica a cena de pessoas passeando sem camisa pelos 7 km de orla e as ciclovias bastante movimentadas. A cidade já anunciou mais de 40 medidas restritivas desde o início da pandemia.

Morador de São Vicente, José Novaes Santana, 62, vai à praia de Santos para romper o confinamento
Morador de São Vicente, José Novaes Santana, 62, vai à praia de Santos para romper o confinamento - Klaus Richmond/Folhapress

Nesta terça, havia pessoas caminhando e correndo no início da faixa de areia, sem serem abordadas pela guarda municipal ou por policiais. Duas delas estavam no mar, na praia do Boqueirão.

“Estou vindo, pelo menos, duas vezes na semana. Convivo com muito estresse no trabalho, essa é a forma que tenho de aliviar um pouco”, disse o vigilante Clovis Santana, 42.

“O ar é melhor aqui [na praia]. Não sinto febre, resfriado, nem nada. Enquanto o transporte estiver funcionando seguirei vindo”, afirmou José Novaes Santana, 62, morador de São Vicente que tem caminhado diariamente no calçadão da orla de Santos.

Dois dias após o anúncio da medida, Guarujá registrou duas detenções: a de uma mulher de 48 anos, na Praia de Pitangueiras, e a de um homem.

A Prefeitura de Santos diz que é constante a presença de carro de som orientando as pessoas a permanecerem em suas casas, assim como a de agentes da guarda municipal em quadriciclos pela areia.

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