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Centro de SP tem apagão de semáforos, com alta de furtos durante quarentena

Guarda Civil Metropolitana prendeu 10 pessoas nos últimos dias

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Funcionário da prefeitura solda portinhola por onde passa fiação de poste de semáforo na avenida Rio Branco, na região central de São Paulo Eduardo Knapp/Folhapress

São Paulo

O centro da cidade de São Paulo tem passado por um apagão semafórico nas últimas semanas.

A maior concentração está nos bairros dos Campos Elíseos, Luz, República e Vila Buarque, onde mais de 40 cruzamentos estavam com semáforos danificados nesta quarta-feira (6), segundo painel de monitoramento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

A prefeitura credita o apagão aos furtos de cabos e vandalismo, que cresceram nesta quarentena contra o novo coronavírus e chegaram a 1.106 ocorrências nos primeiros quatro meses deste ano, com 81 quilômetros de cabos furtados. Isso representa 56% das ocorrências de todo o ano passado.

A concentração maior de semáforos apagados fica na região da cracolândia. Os semáforos são vandalizados principalmente para furtar fios de cobre e placas de metal, que são vendidas em ferro-velho.

Um painel de controle semafórico furtado ou danificado pode afetar o funcionamento de até cinco semáforos nas imediações.

A CET diz que trabalha 24h por dia, incluindo aos fins de semana, feriados e neste período de distanciamento social, para fazer os reparos, e diz que só na última semana, entre 28 de abril e 4 de maio, 80 semáforos foram consertados.

A prefeitura afirma que o Comango Geral da Guarda Civil Metropolitana está orientando seu efetivo para trabalhar na prevenção desse crime, e que nos últimos 15 dias a coorporação flagrou 10 pessoas cometendo furtos, que foram encaminhas a delegacias. Do total, 9 foram presas por dano ao patrimônio.

A companhia que gere o trânsito diz que tem conversas frequentes com as polícias Civil e Militar para adotar medidas de combate a esse tipo de crime. "Os danos causam prejuízos e, principalmente, colocam em risco a segurança dos pedestres e condutores", diz a empresa.

São Paulo tem 6.562 cruzamentos com semáforos e, nesta quarta, 77 deles estavam em manutenção.

Para dificultar os furtos, a prefeitura adotou novas estratégias. Uma delas foi colocar controladores a três metros de altura do solo. Outra estratégia foi concretar e soldar tampas das caixas por onde os fios passam.

Além disso, a gestão passou a concretar também as janelas de inspeção das colunas, isto é, os fossos por onde passam os cabos. Isso, porém, criou um novo problema: quem furtava antes metros de fios, agora furta centímetros. Pela pouca quantidade, acaba depredando mais equipamentos. E, cada vez que os funcionários da CET vão repor os cabos furtados, precisam quebrar todo o concreto.

Os casos de vandalismo já vinham crescendo no ano passado. Em todo o ano de 2019, a CET registrou 1.969 ocorrências do tipo, com 176 quilômetros de cabos subtraídos.

No ano anterior, foram 1.911 casos e 90 quilômetros de cabos elétricos e componentes eletrônicos de energia e controle furtados.

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