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Em 1º dia de megarrodízio, SP registra trânsito sem congestionamentos

Medida é mais uma tentativa da prefeitura para ampliar isolamento da população na pandemia do novo coronavírus

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São Paulo

Nesta segunda-feira (11), primeiro dia do megarrodízio de carros em vigor, a cidade de São Paulo não teve congestionamentos significativos.

O novo rodízio —mais amplo e restritivo—, é a nova tentativa da gestão Covas (PSDB) para elevar os índices de isolamento social da cidade, hoje no epicentro da pandemia do novo coronavírus.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a medida causou impacto na redução de veículos nas vias, com registro de apenas 1km de congestionamento e 4 kms de lentidão por volta das 8h.

Nas demais faixas de horário não houve congestionamentos.

Movimento de veículos na Radial Leste no primeiro dia do novo sistema de rodizio de veículos na cidade de SP
Movimento de veículos na Radial Leste no primeiro dia do novo sistema de rodizio de veículos na cidade de SP - Eduardo Knapp/Folhapress

Situação bem diferente, diz a CET, da segunda-feira passada (4), que acumulou 11 kms de filas de carros e 21 kms de lentidão na faixa horária entre 8h e 9h.

Mas Edson Caram, secretário de Mobilidade e Transportes da gestão Covas (PSDB), vê que a redução do volume de veículos em circulação na cidade ainda não atingiu o ideal.

"A princípio, dá pra notar que há uma diminuição no volume de carros andando na cidade de São Paulo. Ainda não é o esperado, a população ainda está se deslocando de uma forma além daquilo que nós queremos", disse em entrevista à TV Globo.

A Folha percorreu vários pontos da cidade, como a avenida Alcântara Machado, no Tatuapé (zona leste) e viu muitos carros em circulação no início da tarde desta segunda.

O megarrodízio é válido para todos os dias da semana, inclusive aos sábados e domingos, durante as 24 horas do dia, e as restrições para a circulação de veículos abrangem toda a cidade, não apenas o centro expandido como na regra anterior.

A única exceção ocorrerá no dia 31, um domingo, quando o rodízio não será aplicado. Nos dias pares, podem circular os veículos com final das placas pares (0, 2, 4, 6, e 8).

Já nos dias ímpares, como nesta segunda-feira, trafegam veículos com final das placas ímpares (1, 3, 5, 7, e 9). De acordo com a prefeitura, o novo sistema de rodízio aumenta a restrição da circulação de carros de 20% para 50%, segundo a prefeitura.

Se nas ruas, os índices apontam queda na circulação de carros, o sistema público de transporte recebeu significativa parcela de passageiros, que lotaram trens do Metrô e da CPTM, além de ônibus.

No Metrô, o número de passageiros registrou elevação de 11%, na linha 5-lilas; 12%, nas linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha, e 14% na linha 4-amarela. Na CPTM, a alta de procura pelo transporte foi de 15%.

Os índices são preliminares e correspondem a alguns horários da faixa de pico da manhã desta segunda, entre 5h e 8h, de acordo com a secretaria de Transporte Metropolitano da gestão Doria (PSDB).

A Folha procurou a SPTrans para saber se houve aumento no volume de passageiros nos ônibus coletivos nesta segunda, mas a companhia informou que o dado só estará disponível nesta terça-feira (12).

A prefeitura colocou 1.000 ônibus a mais nas ruas da capital e utilizou 489 dos 600 veículos disponíveis em bolsões, localizados em pontos estratégicos da cidade, com o intuito de atender as regiões que precisaram de reforço.

Estão de fora do novo rodízio, veículos particulares de servidores da segurança pública, funcionários do serviço funerário, profissionais da imprensa e fiscais, além dos profissionais de saúde e de imprensa, entre outros.

No seu primeiro dia de implantação, o megarrodízio parou na Justiça. Segundo Rogério Gentile, colunista da Folha, a Associação Comercial de São Paulo ingressou com um pedido de liminar para suspender a medida.

A entidade considera a nova restrição de circulação de veículos abusiva e prejudicial a milhares de empresas que estão tentando sobreviver, recorrendo à criatividade, “por meio de entregas a domicílio (delivery próprio ou terceirizado) ou através de carro dirigido pelo próprio consumidor (drive thru)”.

A prefeitura não se manifestou no processo.

BLOQUEIO DE RUAS

Antes do novo rodízio, a administração do prefeito Bruno Covas (PSDB) tentou segurar o paulistano em casa por meio de bloqueios em vias da cidade.

Os bloqueios causaram efeito contrário, com congestionamentos, inclusive, de ambulâncias.

No dia 4 deste mês, as interdições provocaram 11 km de congestionamento na faixa de horário entre 8h e 9h, segundo a CET.

Com os problemas gerados no trânsito e insuficiente para reduzir os índices de isolamento social contra o novo coronavírus, os bloqueios de ruas e avenidas foram suspensos.

Colaborou Alfredo Henrique

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