Em mais um dia de recorde de novos casos confirmados da Covid-19 no estado, o Ministério Público do Estado do Amazonas entrou na Justiça com um pedido para a implantação de um “lockdown” por pelo menos dez dias.
O pedido é dirigido ao governo estadual e à Prefeitura de Manaus, mas não especifica quais ações seriam tomadas. O termo “lockdown" significa a adoção de medidas mais restritivas do que as do isolamento social, como suspensão de todas atividades não essenciais e do transporte público.
“O ‘lockdown’ é a única maneira que temos hoje de tentar achatar essa curva da Covid-19 no nosso estado. A ascendência é visível, cristalina e incontestável”, afirmou a procuradora-Geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque.
Nesta terça-feira (5), o Maranhão passou a adotar o “lockdown” na região da capital, São Luís. No Pará, a medida passa a valer a partir da quinta-feira (7), no entorno de Belém.
A baixa adesão ao isolamento social é visível nas ruas de Manaus. Há trânsito intenso em várias avenidas da cidade, a maior parte das fábricas da Zona Franca voltou a funcionar, e o comércio não essencial tem desrespeitado a suspensão, principalmente nos bairros periféricos e no interior.
Apesar da curva ascendente dos casos de coronavírus, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), chegou a anunciar, na semana passada, a reabertura do comércio não essencial a partir do dia 14 de maio.
Adversário político de Lima, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), sinalizou que poderia adotar o “lockdown”, mas, na prática, não chegou nem sequer a decretar a obrigatoriedade de máscara, medida já adotada por diversas regiões do país com menor taxa de incidência.
Nesta terça-feira (5), o Amazonas registrou mais 867 casos confirmados da Covid-19, chegando a 8.109 registros. O estado conta 649 óbitos, dos quais 65 nas últimas 24h.
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