O paulistano Francisco de Paula Assis Junior era o mais velho de três irmãos, descendente de família quatrocentona com origens alemã, espanhola, portuguesa e indígena.
Apesar de ter optado pela engenharia metalúrgica, curso que concluiu na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, cultura era a palavra que o definia.
Segundo a filha, a analista de sistemas Marta Cardoso de Paula Assis Alessandri, 55, estão vivas as lembranças das cenas de Francisco manuseando suas fitas cassete, o gravador de rolo, a vitrola e a coleção de discos de música clássica.
A TV não era sua grande companheira, a não ser durante os telejornais ou filmes clássicos que adorava.
Nas viagens com a família, unia o aprendizado aos momentos de lazer. Francisco contava as histórias dos locais por onde passavam.
Quando saía pela capital paulista, uma mistura de sentimentos o acompanhava: admiração pelos prédios históricos dividia espaço com certa indignação pela má conservação.
“Conversar com o meu pai era uma aula. Aprendíamos muito. Antenado, para debater com ele precisava ser muito bem informado”, diz Marta.
Francisco desenvolveu a vida profissional nas indústrias metalúrgicas e nas salas de aula da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) e Escola de Engenharia de Mauá.
Dedicou mais de dez anos na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista). “Meu pai era muito esforçado. Além de sempre se atualizar, diariamente pegava fretado para trabalhar em Cubatão e voltava para dar aulas na faculdade à noite”, afirma Marta.
O tempo era seu amigo. Ainda sobrava espaço para incentivar os filhos à leitura, fotografar e cuidar da coleção de fotos antigas.
Outro hobbie eram os carros antigos. Francisco chegou a ter vários modelos da Vemag (DKV Vemaguet e Fissore) e um MP Lafer.
Francisco de Paula Assis Junior morreu dia 8 de maio, por complicações de Mal de Parkinson. Deixa esposa, quatro filhos e sete netos.
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