Adriano Pessini era ao mesmo tempo chamado de ranzinza e conhecido pela risada característica. Os momentos de mau humor se misturavam às gargalhadas, bem mais frequentes nas boas fases do Palmeiras.
O jornalista paulistano nunca escondeu seu amor pelo clube alviverde, o que não o impediu de se destacar na cobertura diária de outras equipes, como o São Paulo. Assim, foi de repórter a editor de esportes do jornal Agora São Paulo, do Grupo Folha, onde trabalhou de 1999 a 2014.
Naquele momento, já havia ficado para trás o sonho de ser goleiro, embora ele recordasse com orgulho o tempo em que defendera a meta do Meninos FC, de São Bernardo do Campo. Se a forma física não ajudava mais, ainda havia mobilidade para vestir a camisa 1 no time de futebol do jornal.
Pessini exibia mais talento sem as luvas, com sacadas criativas para títulos e manchetes. Depois do fechamento da edição, ele as discutia em bares da região central de São Paulo, onde também discursava sobre a rodada do campeonato e era reconhecido como bom parceiro de copo.
Outra de suas paixões era a culinária. Pós-graduado em história e cultura da gastronomia, ele deixou o jornalismo em 2014 e se tornou sócio do Sotero Cozinha Original, restaurante especializado em comida baiana no bairro da Santa Cecília.
Lá passou incontáveis horas conversando com Fernanda Cervenka, com quem se casou em 26 de agosto de 2017. Se você conhece a data de fundação do Palmeiras, sabe que não foi aleatório o dia escolhido para a cerimônia.
Adriano Pessini morreu nesta sexta-feira (1º), aos 46 anos, de um câncer contra o qual lutava havia três anos. Deixa a mulher, a mãe e um irmão.
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