Descrição de chapéu Obituário Marcelo Meira Amaral Bogaciovas (1952 - 2020)

Mortes: Historiador, dedicou-se ao estudo da memória humana

Marcelo Meira Amaral Bogaciovas fundou a Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia

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São Paulo

Que alegria! Era uma expressão bastante reproduzida por Marcelo Meira Amaral Bogaciovas.

Paulistano, era filho de um lituano com uma paulista. Desenvolveu várias faces para o amor e o distribuiu à família, aos cães, à história, à genealogia e a Portugal.

Divertido na medida certa, tinha humor admirável. Encantava pela humanidade e pelo respeito ao próximo.

Aos 14 anos, Marcelo começou a se interessar pela genealogia e mergulhou nas pesquisas. Aos 16, iniciou a publicação de artigos.

Marcelo Meira Amaral Bogaciovas (1952-2020)
Marcelo Meira Amaral Bogaciovas (1952-2020) - arquivo pessoal

Cursou engenharia química, mas o amor sempre foi pela história, que estudou décadas mais tarde. Chegou até o mestrado, ambos na USP.

Muito culto, tinha uma biblioteca em casa com 7.000 livros. Passava o dia na leitura, inclusive de todos os principais jornais, e escrita.

É autor dos livros "Cristãos-Novos em São Paulo", "O Padre José de Campos Lara S.J. no Ambiente em que Viveu" e "História dos Cristãos Novos no Brasil" (este em parceria com outros autores), e de diversos artigos sobre história e genealogia em revistas especializadas.

A obra "Cristãos-Novos em São Paulo" tem ajudado muitas pessoas a tirar a cidadania portuguesa, segundo a jornalista Denise Meira do Amaral Mello Bogaciovas, 36.

"Quando se monta um processo para pedir nacionalidade portuguesa, é preciso justificar a árvore genealógica. Uma das formas de fazer isso é citando bibliografias. Em alguns casos, não haveria necessidade de ir atrás dos documentos. Ele também ajudou muita gente a resgatar sua identidade. Meu pai foi sempre um estudioso e amante da memória", explica Denise.

Atualmente, Marcelo trabalhava no seu quarto livro, sobre a família Meira (o ator Tarcísio Meira era seu primo de segundo grau). O livro será finalizado pelos filhos.

Marcelo também fundou a Asbrap (Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia), foi membro do Instituto Histórico Geográfico São Paulo, conselheiro do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), especialista em História e Genealogia de São Paulo (séculos 16 a 18), paleógrafo e pesquisador em arquivos brasileiros e portugueses.

Marcelo Meira Amaral Bogaciovas morreu dia 7 de maio, aos 67 anos, de mieloma múltiplo. Deixa esposa, três filhos, dois netos e os cães Cosme e Damião, suas paixões.

Alguns planos foram perdidos, entre eles o de conhecer a Itália e o de continuar zelando pela família. Atendendo ao seu pedido, o acervo de livros será doado à biblioteca do Pateo do Collegio, em São Paulo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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