Palmeiras dos Índios (AL) deu de presente ao Brasil um dos maiores expoentes das políticas de combate ao câncer do país.
O cirurgião oncológico Marcos Fernando de Oliveira Moraes nasceu em uma família humilde.
Aos 12 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e conquistou uma bolsa de estudos num colégio renomado.
A paixão pela medicina o levou à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Após se especializar em cirurgia, complementou sua formação nos Estados Unidos.
De volta ao Brasil, chefiou o Departamento de Cirurgia da Universidade Gama Filho, onde ministrou aulas.
Fundou a SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica) e a American Trauma Society, em Chicago (EUA), e deu sua contribuição a outras instituições.
Com seus feitos, Marcos Moraes conquistou o respeito das comunidades médica e científica.
Por oito anos, dirigiu o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Presidiu a Academia Nacional de Medicina de 2007 a 2013. Criou, em 1991, a Fundação do Câncer.
“Nascia assim, sob o comando de Marcos Moraes, a fase de maior celeridade da história do Inca, quando foram estabelecidas as estratégias mais eficazes e ágeis de controle do câncer no país”, afirma o cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Alexandre Ferreira Oliveira.
Seu nome é um dos maiores do mundo na elaboração e execução da política de combate ao tabagismo.
Durante sua gestão, ampliaram-se ações focadas em diagnóstico precoce do câncer. Apoiou pesquisas contra a doença, com a criação da Fundação Ary Frauzino, para apoiar financeiramente o Inca.
“Ele era meu amigo pessoal e muito importante para mim. Meu conselheiro. Trocávamos muitas informações profissionais. Figura ímpar, deixou um legado para a oncologia brasileira”, diz Ademar Lopes, cirurgião oncológico e vice-presidente do A.C.Camargo Cancer Center.
No extenso currículo de Marcos Fernando também constam a presidência da Sociedade Latino-Americana de Diretores de Institutos Nacionais de Câncer e da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer, a coordenação do Programa Interinstitucional de Pesquisa, Ensino e Extensão na Biologia do Câncer da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o prêmio de excelência em pesquisa concedido pela Kroc Foundation da Califórnia (EUA).
Em 2010, venceu a primeira edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira na categoria Personalidade de Destaque.
A láurea, criada em homenagem ao então publisher da Folha, morto em 2007, busca reconhecer e estimular contribuições de pesquisadores brasileiros e de outros profissionais que atuam na área oncológica.
Marcos Fernando de Oliveira Moraes morreu dia 4 de maio, de causas naturais. Deixa duas irmãs, dois filhos e dois netos.
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