Descrição de chapéu Coronavírus

Ocupações em São Paulo se organizam para evitar transmissão de Covid-19

Máscaras são obrigatórias nas áreas comuns de prédios ocupados na região central

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Mulher caminha em corredor escuro com máscara

Moradora caminha pela ocupação 9 de julho, no centro de São Paulo, com máscara Marlene Bargamo/Folhapress

São Paulo

Duas ocupações de trabalhadores sem teto do centro de São Paulo são modelo de prevenção contra a Covid-19, apesar da situação de pobreza e desemprego de grande parte de seus moradores.

Desde o início da pandemia, nenhum caso da doença foi registrado, mesmo com as visitas regulares de médicos e enfermeiros da Unidade Básica de Saúde da República.

A fotógrafa Marlene Bergamo visitou durante a quarentena as ocupações 9 de julho, organizada pelo MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), e Rio Branco 53, gerida pelo MMCR (Movimento Moradia Central Regional). Apesar do presidente da República afirmar que o isolamento social é desnecessário neste momento de pandemia da Covid-19, elas estão se protegendo como podem.

A maioria dos moradores está em casa, os sapatos usados nas ruas são deixados fora dos apartamentos, e as máscaras são obrigatórias nas áreas internas dos edifícios ocupados —elas são produzidas nas ocupações, sob encomenda.

Assim como antes da pandemia, a limpeza é diária e feita pelos próprios moradores, que se alternam em escalas semanais.

Na ocupação 9 de julho, nos dias 21 e 22 haverá vacinação contra a gripe, aberta a todos do bairro, além dos moradores.

Com a economia parada, muitos trabalhadores de baixa renda que vivem nas ocupações não conseguem trabalhar e estão recebendo cestas básicas e produtos de higiene, distribuídos mensalmente pela Casa Verbo, organizada e gerida por Carmen Silva (coordenadora do MSTC), pelo Comitê Popular de Combate ao Coronavírus e pelo Cidade Solidária, uma iniciativa da Prefeitura e de diversas Entidades da Sociedade Civil para ajudar pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.

O que mais falta, principalmente na ocupação 9 de julho, são os encontros que até três meses atrás aconteciam durante os eventos culturais, as reuniões intensas de formação política, as assembléias, as festas, os abraços… O clima está silencioso e triste, mas todos sabem que é preciso ficar em casa agora e esperar a tempestade passar para poder voltar à vida. Em breve.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.