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São Paulo, Campinas e Baixada Santista não devem ter abertura na semana que vem, diz secretário

Segundo Marco Vinholi, porém, decisão sobre retomada será do centro de contingência e anunciada na sexta

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São Paulo

O governo de São Paulo está classificando as regiões do estado como zona vermelha (maior risco), amarela (risco elevado) e verde (menor risco) para determinar o ritmo da flexibilização do isolamento social, que deve ocorrer a partir do dia 11 de maio.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, as áreas metropolitanas de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista serão classificadas como regiões vermelhas e é muito improvável que se autorize qualquer abertura gradual na semana que vem.

“Em última instância, o comitê de especialistas, a ciência, é que vai decidir”, disse Vinholi, referindo-se aos 12 especialistas do centro de contingência da Covid-19, liderado pelo infectologista David Uip, que vai anunciar as mudanças na quarentena nesta sexta-feira (8), ao lado do governador João Doria. “Mas na zona vermelha, é muito improvável haver alguma flexibilização”, disse.

Montagem de hospital de campanha em Campinas (SP), que não deve ter início de reabertura, segundo governo do estado
Montagem de hospital de campanha em Campinas (SP), que não deve ter início de reabertura, segundo governo do estado - Carlos Bassan - 27.abr.20/Prefeitura de Campinas/Divulgação

Segundo Vinholi, os dados são inquestionáveis. “Esses locais passam por grande aceleração no número de contaminações, baixa taxa de isolamento e grande parcela da população faz parte do grupo de risco”, disse.

Na região amarela, onde o risco é um pouco mais baixo, estariam as regiões do Vale do Paraíba, Sorocaba, Pìracicaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, mais distantes da capital, e lá pode haver algum tipo de flexibilização.

Já as regiões na zona verde, que teriam risco um pouco menor e poderiam ter algum tipo de flexibilização, só serão anunciadas pelo centro de contingência na sexta-feira (8). Talvez nenhuma região se encaixe na classificação de zona verde.

“A situação é muito preocupante no interior do estado, há um avanço significativo da doença, o número de casos está crescendo quatro vezes mais do que na região metropolitana”, diz Vinholi. “Há 45 dias, só 10 cidades paulistas haviam registrado casos; agora, são 354.”

O secretário aponta que, nos Estados Unidos, só houve flexibilização de isolamento depois de 14 dias seguidos de queda no número de contaminações pela Covid-19 e, na Nova Zelândia, após 18 dias. “Nenhuma região do estado tem queda no número de casos”.

Em entrevista à Folha, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), cobrou empatia de Doria em relação à população que está sofrendo por causa das consequências econômicas. Donizette, prefeito da maior cidade do interior paulista, afirmou que espera que o governador confie mais na avaliação dos prefeitos do estado e anuncie na sexta-feira o início da flexibilização da quarentena —do contrário, diz, será difícil manter o isolamento, porque a população já está esgotada.

"O governador tem empatia, mas sobretudo responsabilidade para atuar se baseando na ciência", diz Vinholi. Segundo ele, só existem dois métodos comprovadamente eficazes no combate à Covid-19 —isolamento social e uso de máscaras. “Em 22 de março, São Paulo respondia por 67% dos casos do país; hoje, por menos de 35%, graças ao isolamento”, diz. O uso de máscara passará a ser obrigatório em áreas públicas em todo o estado a partir desta quinta-feira (7).

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