Após denúncias de alunos, dois professores de Etecs em SP são afastados

Docente foi acusado de se masturbar em aula online; outro, de se relacionar com ex-aluna

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São Paulo

Um professor da Etec Parque da Juventude, em Santana, na zona norte de São Paulo, foi afastado por 180 dias das funções após suspeita de ter se masturbado diante de alunos durante uma aula EAD (Ensino a Distância).

O caso aconteceu no dia 13 de maio, data em que o professor foi afastado. A publicação da decisão no Diário Oficial do Estado aconteceu no dia 16 de maio.

Segundo comunicado publicado pelo órgão, foi registrado boletim de ocorrência contra Cleber Batista Souza para que ele responda criminalmente pelo ato.

A Secretaria de Segurança Pública diz que o caso é investigado pelo 9º DP (Carandiru). "A autoridade policial indiciou um homem, de 47 anos, por ato obsceno praticado durante uma aula online no dia 13 de maio. O autor responde em liberdade", diz a pasta.

O crime de ato obsceno tem pena prevista de detenção de três meses a um ano ou multa.

O professor não foi localizado para comentar o caso.

Professor da Etec Parque da Juventude é suspeito de assediar alunos durante aula online
Professor da Etec Parque da Juventude é suspeito de assediar alunos durante aula online em meio a pandemia do novo coronavírus - Gastão Guedes/Centro Paula Souza

Uma gravação da aula foi incluída no processo administrativo que investiga o caso.

"A direção da Etec Parque da Juventude, assim que tomou ciência do ocorrido, excluiu o professor imediatamente da plataforma de aulas online, no próprio dia 13 de maio. O Centro Paula Souza abriu processo administrativo contra o profissional", informou a assessoria de imprensa da entidade, que acrescentou que a demissão cabe à Procuradoria de Procedimentos Disciplinares, que pertence à Procuradoria Geral do Estado.

Relatos publicados por estudantes em redes sociais indicam que o professor teria se masturbado durante a aula com o intuito de se exibir para os alunos.

Estudantes de outras Etecs se uniram para dar visibilidade ao assédio e criaram a hashtag #EtecsContraOAssedio para que estudantes pudessem publicar o que sabiam sobre o professor.

Alunos denunciaram um outro caso, de um professor que estaria se relacionando com uma ex-aluna na Etec São Mateus. O profissional também foi afastado.

Em nota, a Etec disse que "até a presente data não havia recebido denúncia formal de suposto caso de assédio na unidade. No entanto, a direção da Etec São Mateus, após tomar conhecimento de manifestações, durante reunião online de pais e mestres, nesta quinta-feira (18) abriu procedimento administrativo. O professor será afastado de suas atividades".

Este docente também não foi localizado pela reportagem para comentar o caso.

"[Há também] um caso de um professor se relacionando com uma ex-aluna na Etec São Mateus, que também viralizou nas redes sociais. Devido a esse e outros tantos casos de assédio que ocorreram nas Etecs e foram tratados com descaso pelo Centro Paula Souza, os alunos da Etec se juntaram em uma mobilização virtual para garantir que a justiça seja feita", afirma uma nota do grupo, composto em sua maioria por alunos por volta dos 17 anos.

Uma estudante que não quis se identificar disse à Folha que a união é por justiça. Ela criticou a demora do CPS em tomar providências sobre o caso do professor que se masturbou durante a aula. Apesar de a autarquia ter afastado o professor há mais de um mês, o CPS só divulgou nota sobre o assunto nesta quinta (18).

Outra aluna ouvida pela reportagem, também sob anonimato, disse que este não é o único caso de algum tipo de assédio por parte do corpo docente. De acordo com essa estudante, ninguém que estava na aula com o professor do Parque da Juventude teve coragem de se manifestar publicamente, mas diversos relatos foram publicados em redes sociais.

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