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Ascensão de casos pós-flexibilização leva BH a recuar só para serviços essenciais

Decisão passa a valer a partir da próxima segunda (29); capital mineira teve aumento de 247% dos casos

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Belo Horizonte

Um mês depois de avançar em duas fases de flexibilização, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou que Belo Horizonte irá recuar para a fase inicial, podendo abrir só serviços essenciais, a partir de segunda-feira (29). A capital segue outras cidades de Minas Gerais que também adotaram medidas mais rígidas durante a semana.

A medida não é um lockdown, já que não define horário que pessoas podem estar nas ruas ou medidas mais rígidas. Ela recua na reabertura do comércio, para a fase em que podem funcionar apenas serviços essenciais, como supermercados e farmácias. O decreto será publicado neste sábado.

Enfermeira acompanha paciente com Covid-19 na Santa Casa de Belo Horizonte
Enfermeira acompanha paciente com Covid-19 na Santa Casa de Belo Horizonte - Douglas Magno - 1.jun.20/AFP

“Quando fui alarmista, quando fui escandaloso, quando avisei que o bombardeio ia chegar, todos os aproveitadores de plantão usaram muito isso. Eu quero avisá-los que o bombardeio chegou na nossa cidade e vamos tentar controlá-lo. Quero dizer à população: não estamos de férias, fiquem em casa”, afirmou Kalil.

A capital mineira passou de 1.402 casos e 42 mortes para 4.868 casos e 109 mortes, entre os dias 25 de maio, quando começou a reabertura, e esta sexta-feira. Os números são do boletim da Secretaria Estadual de Saúde. Aumento de 247% nos casos e 159% no número de mortes.

Em quatro semanas, a cidade avançou em duas delas, reativando cerca de 93% dos empregos. Shopping centers, lojas de roupas e eletrodomésticos, bares e restaurantes, seguiam sem poder abrir, funcionando só por entrega. Agora, a cidade volta à mesma situação do início da pandemia.

Na avaliação da prefeitura, não houve erro na decisão de reabrir no fim de maio, já que dados epidemiológicos na época permitiam isso. Kalil ressaltou que nenhuma das mortes foi causada por falta de leitos ou respiradores, e falou sobre a responsabilidade de parte da população que não aderiu ao isolamento.

A CDL/BH (Câmara de Dirigentes Lojistas) criticou a decisão, alegando que o comércio não pode ser culpado pelo aumento de casos. "Entendemos que esta discussão não pode se restringir simplesmente à abertura ou não do comércio", diz a entidade em nota.

Cidades como Uberlândia, Patos de Minas e Contagem também adotaram medidas mais rígidas devido ao aumento de casos. Uberlândia, segunda maior cidade de Minas, tem quase 6 mil casos confirmados, segundo o boletim da prefeitura municipal.

A ocupação de leitos de UTI na rede pública teve ascensão significativa em Minas Gerais no último mês. Nesta sexta, a taxa total era próxima de 88%, com 16,8% dos casos relacionados à Covid-19. No dia anterior, porém, ela chegou perto de 92%. Em algumas regiões, como Vale do Aço, Sudeste e Triângulo, está em 90% ou mais.

Belo Horizonte é uma das cidades que adotou um plano próprio de flexibilização, sem aderir ao protocolo de ondas criado pelo governo de Romeu Zema (Novo), o Minas Consciente. Após a ascensão exponencial da curva geral de casos no estado, a decisão gerou críticas de integrantes do governo a Kalil.

Ao todo, dos 853 municípios de Minas, 159 aderiram ao plano do estado. A adesão não é obrigatória e cabe aos prefeitos. A onda amarela, segunda fase de reabertura, foi suspensa por decisão do Comitê Extraordinário da Covid-19. Serviços como salões de beleza, lojas de roupas e papelarias voltam a fechar em locais que haviam avançado.

Desde quinta-feira, a Polícia Militar passou a monitorar em todo o estado o uso de máscara e distanciamento social. As abordagens seguem a legislação de cada município. Em BH, a Câmara de Vereadores aprovou multa de R$ 100 para quem não usar a proteção.

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