Descrição de chapéu Obituário Regina Poroger (1929 - 2020)

Mortes: Artista de coração e alma, foi para o cinema a melhor plateia

Regina Poroger viveu a vida numa sala de cinema

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São Paulo

A paulistana Regina Poroger foi uma artista que brilhou fora dos palcos. Desde criança, queria enveredar pelos caminhos da arte, fosse no teatro, no cinema ou na música.

Na escola onde estudava, em Campinas (93 km de SP), atuou pela primeira vez na peça "Colégio Interno", famosa com a atriz Eva Todor. Ao longo de sua vida, Regina apresentaria o texto outras vezes, tantas que sabia interpretar cada linha.

Mas, na verdade, era o cinema que enchia os olhos de Regina de felicidade. Fã de Al Pacino, Leonardo DiCaprio, Dustin Hoffman e Meryl Streep, gostava de assistir aos filmes repetidas vezes, como aconteceu com "La La Land" (seis vezes). Cada vez que revivia as histórias das telonas, encontrava um detalhe importante diferente.

Regina Poroger (1929-2020)
Regina Poroger (1929-2020) - Sergio Poroger

"Com a morte dela, o cinema perde uma de suas maiores estrelas. Mas não porque foi atriz ou trabalhou em seus bastidores. Ela viveu sua vida inteira numa sala de cinema", conta o filho, o jornalista e fotógrafo Sergio Poroger, 63.

"Quando não estava numa sala de cinema, assistia a todos os gêneros de filmes na televisão. Mas sua preferência era pelos filmes que se passavam em tribunais. Sabia os nomes de todos artistas e diretores de Hollywood", recorda ele.

Um dos capítulos da vida de Regina não escapou de ser eternizado pela sétima arte —a história de amor com o marido, Luiz Poroger, virou tema de um curta-metragem.

Luiz a viu pela primeira vez no centro da capital paulista. Regina atravessava a rua da Cantareira. No dia 31 de dezembro, durante festa de Réveillon no Palácio do Trocadero, aconteceu o convite para a primeira dança, que só terminou em janeiro de 2018, com a morte de Luiz.

Palco do surgimento da paixão, o palácio não existe mais. Já "Lábios que Beijei", interpretada por Orlando Silva, música predileta de Regina, virou trilha sonora da história de amor do casal.

O papel de mãe talvez tenha sido o melhor de sua vida. "Regina foi uma mãe gigantescamente protetora e querida. Não havia um dia que ela não me ligasse para perguntar se me alimentei bem, se dormi bem. Não havia uma volta de viagem em que ela deixasse de me recepcionar com um 'welcome'", diz Sergio.

Regina Poroger morreu no dia 17 de junho, aos 90 anos, de pneumonia bacteriana. Viúva, deixa três filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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