O olhar acolhedor da médica Regina Ribeiro Parizi Carvalho se conjugava harmoniosamente à personalidade forte da guerreira quando entrava em cena. Regina lutou pelo SUS (Sistema Único de Saúde), pela dignidade dos pacientes, pela igualdade de gênero na medicina e por melhores condições de trabalho para os médicos, entre outras batalhas que travou.
Tinha a capacidade de diálogo e de conciliação, mas sempre com foco em objetivos. Imponente, fazia a diferença em seu meio.
Amigo há 30 anos, Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que Regina foi importante para a saúde pública e para a medicina em geral.
“Sempre com visões muito progressistas para a medicina, era uma liderança importante e fez a diferença em algumas discussões importantes, entre elas a da regulamentação dos planos de saúde. O que mais marcou a Regina foi a defesa da saúde pública e da democracia”, diz Mário.
Regina nasceu em Bebedouro (381 km de SP). Em 1979, formou-se em medicina na Universidade Federal de Uberlândia, fez mestrado em Saúde Pública na USP em 1991 e doutorado em Bioética na Universidade de Brasília em 2013.
Foi a primeira mulher a presidir o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), a partir de 1993, e uma das precursoras do ensino da Bioética no país.
Além disso, participou da criação da Sociedade Brasileira de Bioética, entidade que presidiu de 2013 a 2017. No Conselho Federal de Medicina, chegou a ser vice-presidente e representante de São Paulo.
Ultimamente, atuava como médica do Centro de Desenvolvimento de Ensino e Pesquisa do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual.
Há três anos, Regina Ribeiro Parizi Carvalho também foi paciente. A luta contra o câncer terminou no dia 16 de junho, aos 65 anos. Deixa marido e dois filhos.
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