Amor ao próximo e devoção à natureza resumiam Eduardo Estellita Cavalcanti Pessôa, conhecido como Dada Estellita.
Nasceu em Curitiba (PR), mas morou dos 4 aos 21 anos no bairro paulistano de Moema (zona sul). Depois, deixou para trás a cidade grande, além de um emprego numa multinacional, para conquistar o mundo.
Viveu do jeito que quis, de forma simples e longe do consumismo. De mochila nas costas, rodou o Brasil, parte da América Latina e a Europa. Para sobreviver, trabalhou como jardineiro.
No final da década de 1970, conheceu a esposa, Paula Igreja. Dez anos depois, o casal foi para Alto Paraíso de Goiás (GO). Lá, junto com um grupo de jovens do movimento hippie, deu início ao Projeto Rumo ao Sol "“ A saga alternativa da descoberta do paraíso.
Ele morava num sítio com a família, onde tinha uma oficina de carpintaria, construção civil e marcenaria moveleira artesanal.
Guardião da natureza por vocação, tornou-se defensor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e das práticas sustentáveis para o manejo das terras do cerrado.
O amor pelo ambiente o conduziu à política, no Partido Verde, pelo qual foi vereador por 12 anos.
Em 2006, Estellita apresentou seu projeto de maior relevância, que criava o Centro UnB Cerrado, oficializado recentemente pela UnB (Universidade de Brasília).
"É a primeira universidade brasileira na área da biodiversidade. O projeto só foi implantado graças à ajuda do jornalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira", diz o irmão, o aposentado Caetano Estellita, 74.
Dada Estellita partiu na semana em que foi inaugurado o Centro UnB Cerrado, em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Morreu aos 67, por complicações de um câncer. Separado, deixa três filhos, quatro netos e uma bisneta.
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