O Ao Vivo Em Casa, série de lives da Folha para o período da pandemia da Covid-19, trata nesta quinta-feira (18), às 17h, de um movimento que tomou parte do planeta no rastro dos protestos antirracismo que se espalharam a partir dos EUA: a derrubada de monumentos públicos em homenagem a figuras históricas que colaboraram com a escravidão.
No Brasil, o alvo é mais amplo, em inclui aqueles responsáveis pela opressão de povos indígenas, representados principalmente pelos muitos bandeirantes que decoram praças e nomeiam avenidas e estradas.
Para discutir essa memória e os modos como pode se dar a sua revisão estarão nesta edição do Ao Vivo Em Casa a historiadora, artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Giselle Beiguelman, e o advogado , colunista da Folha e professor de políticas de diversidade na FGV Direito SP, Thiago Amparo. A mediação é da jornalista Fernanda Mena.
Tanto Beiguelman como Amparo escreveram sobre o tema preemente no jornal, e refletem sobre questões como o direito à memória e questionam qual seria o destino desses monumentos, entre a contextualização, a oposição ou o esquecimento.
Ambos relembram do episódio recente que funciona como marco do movimento atual: a campanha Rhodes Must Fall, ou Rhodes deve cair, criada por estudantes da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, para a derrubada do monumento ao colonizador britânico Cecil John Rhodes, um dos arquitetos da segregação no país que levaria ao regime de apartheid. O movimento culminou com a remoção da estátua cinco anos atrás.
Em São Paulo, o Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret, é alvo de protestos desde meados dos anos 2000. Já foi manchado de tinta vermelha, em referência ao sangue dos indígenas mortos pelos bandeirantes, e, depois, foi pichado com os dizeres "bandeirantes assassinos" em 2013. Outro alvo do debate atual é a gigantesca estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro.
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