A estatística e jornalista Dina Barile, 64, viaja pelo mundo desde 1978. Já visitou 140 países em todos os continentes e é a primeira mulher brasileira a ir à estratosfera, a mais surpreendente de suas viagens.
Desde o início da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus, Dina passa todos os dias em seu apartamento, no Jardim Paulista, na zona oeste da capital paulista.
Solteira e sem filhos ou animais de estimação, ela fica sozinha a maior parte do tempo. Uma vez por semana encontra a sua diarista e, aos domingos, leva a mãe, Maria Marotta, 84, que também mora sozinha, até o supermercado.
Com a pandemia, a dona do site de entretenimento e viagens SpotLife viu os eventos dos quais participava se tornarem virtuais.
Os passeios pelo mundo foram cancelados, e o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) com limpeza foi intensificado. “Eu já não apertava botão de elevador e não entrava em casa com os sapatos, então, quanto aos cuidados, foi uma adaptação tranquila”, afirma.
Para ocupar o tempo, Dina participa de lives e cursos de autoconhecimento. “É complicado para quem está acostumado a viajar, a estar sempre em contato com muitas pessoas e novos lugares, e agora se limita a ficar em casa.”
A ida à estratosfera foi em novembro de 2015. Ela partiu da Rússia em um caça MIG 29 e chegou a 16.700 metros de altitude. Fez diversas manobras de combate e foi submetida a uma aceleração correspondente a sete vezes a força da gravidade.
Sua última viagem foi em novembro de 2019, quando ficou 15 dias em Papua Nova Guiné para o festival Sing Sing, que exibe danças e costumes do país.
O destino seguinte seria um cruzeiro pela costa da África, previsto para março deste ano e cancelado. “Foi muito frustrante.”
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