Denner Santos, 25, é motorista de aplicativo há dois anos. No início de março, com os primeiros casos da Covid-19, decidiu interromper suas viagens antes mesmo da cidade decretar quarentena.
Denner mora com a mãe, Cristina Santos, 43, e a esposa, Sara Cabral, 22, no Grajaú, na zona sul paulistana, e teve medo de colocar a família em risco se continuasse com as corridas. Seis semanas depois, com as contas se acumulando —inclusive o aluguel do carro que usa para trabalhar—, decidiu voltar.
“No começo fiquei bem assustado em relação à doença, mas a gente precisa trabalhar, precisa do dinheiro, das nossas coisas”, diz. A primeira semana de volta ao volante foi horripilante, afirma o motorista.
Antes da Covid-19, Denner trabalhava cerca de 12 horas por dia e conseguia fazer 70 viagens. À noite, frequentava aulas de moda em uma escola técnica no Brás, bairro na região central de São Paulo.
Depois da pandemia, a diferença no volume de trabalho foi drástica. Há dias em que fica mais de 12 horas na ativa para transportar apenas 20 passageiros.
Para driblar o medo de contágio, adotou cuidados extras. Além da máscara, usa álcool em gel para higienizar as maçanetas e os bancos entre uma viagem e outra e, quando chega em casa, vai direto para o banho. Às vezes, aparece um passageiro sem máscara. “Eu nem pego, já peço pra cancelar”, conta.
“A pandemia foi drástica em todos os sentidos, mas a gente precisa continuar.”
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