Após quatro meses fechados devido à pandemia do novo coronavírus, os parques estaduais e municipais da cidade de São Paulo abriram nesta segunda-feira (13) com diferentes regras para tentar evitar a propagação da Covid-19.
Com um horário de funcionamento reduzido, porém mais amplo que os demais, o Ibirapuera —assim como o Parque do Carmo— está aberto das 6h às 16h. A prefeitura disse que o local iria operar com 40% da sua capacidade. A Folha esteve em todos os cinco portões abertos do Ibirapuera na manhã desta segunda. Não havia controle nos portões, nem medições de temperatura dos visitantes eram feitas.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo afirmou que não haverá medição de temperatura na entrada de nenhum sob sua gestão. "Para quem quiser, voluntariamente, medir sua temperatura e receber a devida orientação estão disponibilizadas duas tendas no Parque Ibirapuera", diz em nota.
A prefeitura afirma também que "não haverá controle de acesso e sim, contagem de frequentadores, através de contador estatístico manual. No Parque Ibirapuera, caso extrapole a capacidade máxima estipulada de 39.600 pessoas, não será permitido o acesso de mais frequentadores."
A restrição da capacidade vale para os 70 parques administrados pela Prefeitura e os 9 sob a gestão do Governo do Estado. A maioria funciona das 10h às 16h. Por enquanto, eles ficarão abertos de segunda a sexta e fechados aos fins de semana.
“Quando os parques forem reabertos aos finais de semana, vamos retomar as atividades da Paulista e do Parque Minhocão [para pedestres]” , disse o Prefeito Bruno Covas (PSDB), na semana passada.
Frequentadores assíduos e funcionários do Ibirapuera afirmaram que ficaram surpresos com o volume de pessoas presentes entre 6h e 9h.
Apesar do público presente, não houve aglomerações, sobretudo pelo fato de o parque ter restringido as atividades permitidas. Com quadras, equipamentos de ginástica e playgrounds interdiatados, apenas corridas, caminhadas e a prática de ciclismo estavam liberados. Havia poucas crianças circulando.
Outra medida para tentar impedir a disseminação do vírus foi a interdição dos bebedouros. Enquanto isso, os vendedores ambulantes comercialazam garrafas de água de 500ml a R$ 3.
"A empresa [tercerizada que opera no parque] também nos pediu para não colocar as cadeiras para evitar aglomerações", disse um dos ambulantes.
Espaço tradicionamalmente ocupado por jovens em momentos de convivência, a marquise foi fechada pelo mesmo motivo. Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, as atividades e o comportamento da população nos espaços serão monitorados. Espaços fechados como bibliotecas, salas de atividades, museus e orquidários não abrem por enquanto.
Já no Parque Villa-Lobos, administrado pelo Governo do Estado, na região do Alto de Pinheiros, o cenário era bem diferente do encontrado no Ibirapuera, que tem gestão da prefeitura.
Na entrada do parque, funcionários faziam a medição da temperatura. Em auto-falantes eram emitidas orientações ao público para manter o distanciamento de, no mínimo, dois metros, além do uso obrigatório de máscara.
Nas despendências do parque, no entanto, com as quadras e playgrounds abertos, jovens praticavam tênis enquanto crianças passavam tempo nos brinquedos. Segundo os governos estaduais e municipais, esportes coletivos são proibidos.
"Como só estou jogando com um amigo e estamos a metros de distância, eu acho seguro", argumentou o chefe de cozinha Paulo Fernando, 45. Ele e o amigo Ricardo usavam máscaras.
Na quadra ao lado, no entanto, um grupo de quatro amigos também jogava tênis em duplas, o que tornava o distanciamento mais difícil. Eles também protegiam a boca e o nariz.
Além dos parques, o governador João Dória (PSDB) e o prefeito Bruno Covas (PSDB) também anunciaram na semana passada a liberação para o funcionamento das academias a partir desta segunda. As medidas fazem parte do plano de flexibilização da quarentena no estado de São Paulo.
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