Descrição de chapéu Obituário Roland Reis (1942 - 2020)

Mortes: Com paixão e simplicidade, aprimorou a arte da cerveja

Roland Reis inovou o mercado da cerveja no Brasil

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São Paulo

A fisionomia sisuda e alguns palavrões que escapavam de vez em quando assustavam as pessoas que encontravam o carioca Roland Reis pela primeira vez.

Desmontar a figura brava era fácil: bastava colocar um cachorro em sua frente. Ele se derretia. Além da paixão por animais, em especial os cães, outras pistas entregavam que Roland tinha o coração doce e generoso.

Ele ajudava todo mundo, não distinguia classes sociais e tratava as pessoas com respeito.

Roland Reis (1942-2020)
Roland Reis (1942-2020) - Arquivo pessoal

Aos 16 anos, começou a trabalhar na Brahma. Fazia serviços gerais e limpava chaminés. Como falava alemão, ganhou um curso na escola técnica mais conceituada do mundo em cerveja, em Freising, na Alemanha. Lá formou-se mestre cervejeiro.

Aos 46 anos, aposentou-se. Na época, por trabalhar em fábrica, tinha direito à aposentadoria especial por insalubridade.

Quando poderia descansar, decidiu continuar na profissão que se tornou uma das grandes paixões da sua vida. Roland entrou para a Itaipava, que depois foi adquirida pelo Grupo Petrópolis.

“Na Itaipava meu pai passou os anos mais felizes de sua vida profissional. Além de respeito e reconhecimento, tinha autonomia para exercer sua profissão com criatividade. Ajudou a criar algumas inovações no mercado brasileiro de cervejas, como o selo higiênico na latinha. Participou também de formulações de cervejas especiais, como a Petra e a Itaipava Premium”, conta a filha, a jornalista Claudia Reis, 54.

O diretor industrial e mestre cervejeiro Diego Gomes, 34, o considera um gênio. “Exigente, transparente, ético, fomentava a educação e cultura nos colaboradores. Ele me preparou para ficar em seu lugar”, diz Diego. “Meu garoto, todo dia terá uma coisa pra gente aprender aqui”, Roland falava ao rapaz.

Além da arte da cerveja, Roland tinha outras paixões. Uma delas era o mar e a lancha que batizou como Erika, em homenagem à mãe. A outra eram os carros antigos, especialmente os cadilacs amarelo e vermelho.

Roland Reis morreu dia 25 de junho, aos 78 anos, de complicações hepáticas e infecção urinária. Deixa a esposa, três filhas, três enteados e seis netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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