Descrição de chapéu Obituário Hajar Barakat Abbas Fares (1934 - 2020)

Mortes: Mentora de boas ações, cultivou a simplicidade e o amor

Hajar Barakat Abbas Fares educou os filhos com sabedoria e bom senso

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São Paulo

Para Hajar Barakat Abbas Fares o primeiro degrau da sabedoria era a simplicidade, principal ingrediente das lições de vida que deixou à família, aos amigos e funcionários.

Hajar nasceu em Khiara, no Líbano. Sua família trabalhava na lavoura. Aos 15 anos, veio com os irmãos para São Paulo, onde conheceu o marido Abdul Hadi Mohamed Fares. Do casamento nasceram quatro filhos.

Hajar cuidava dos afazeres de casa e Abdul —também imigrante libanês —vendia artigos de cama, mesa e banho como mascate nas ruas da cidade.

Hajar Barakat Abbas Fares (1934-2020)
Hajar Barakat Abbas Fares (1934-2020) - Arquivo pessoal

A primeira loja de móveis, chamada Credi-Fares, foi aberta na zona norte da capital. Os filhos fundaram as demais. Abdul morreu em 1978, aos 44 anos, de câncer no cérebro, oito anos antes da inauguração da primeira loja Marabraz, segundo conta o filho, o médico e empresário Adiel Fares, 62.

Hajar entregou sua vida à família. Cuidou dos filhos sozinha e os estimulou à solidariedade. “Nos momentos mais difíceis ela nunca pronunciou uma palavra que diminuísse os filhos, mesmo quando nos dava broncas e algumas palmadas”, diz Fares.

Para Hajar, a benevolência tinha relação direta com a felicidade. Ensinou os filhos e netos a darem o melhor de si. Cultivou o hábito do trabalho desde cedo para que aprendessem o valor do dinheiro.
“Dinheiro não leva desaforo”, dizia aos netos.

Para o neto, o administrador de empresas Nader Fares, 29, Hajar teve um papel essencial nos negócios da família. A vida sofrida e simples que tivera no passado deu a ela experiência. A sabedoria trouxe o respeito de todos, inclusive dos funcionários que tanto a admiravam.

De personalidade forte e doce ao mesmo tempo, se houvesse escola para ensinar os pais a criarem filhos, Hajar certamente seria a professora.

Aos domingos, reunia a família em volta da mesa para estimular a conversa e o pensamento coletivo. Aproveitava os encontros para pregar a bondade, o altruísmo, as boas ações e a importância do trabalho.

Adiel comenta que a comemoração do Natal também em dezembro virou um hábito. A família costumava brincar que a casa de Hajar era Jerusalém, uma vez que não havia brigas. Os judeus, árabes e católicos conviviam em paz.

Hajar Barakat Abbas Fares morreu dia 25 de julho, aos 86 anos, de ruptura de aneurisma de aorta. Viúva, deixa quatro filhos, netos e bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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