Desde criança, o engenheiro agrônomo Luiz Alexandre Nogueira de Sá, conhecido como Xande, gostava de plantas.
A avó dizia carinhosamente que ele tinha o dedo verde, pois um dia nasceu uma flor “Maria-Sem-Vergonha” na rachadura da parede do quintal aonde sempre brincava.
Xande formou-se Engenheiro Agrônomo em 1975 pela Unesp de Jaboticabal (342 km de SP). Cursou mestrado na Unicamp, doutorado na Esalq/USP e o pós-doutorado na Universidad Politécnica de Cartagena, na Espanha.
Contrário ao uso de pesticidas, tornou-se um entomologista especializado no combate às pragas das lavouras através do controle biológico.
Em 1979, ingressou na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), onde fez parte de um projeto nacional de pesquisas sobre cigarrinhas-das-pastagens, que causava danos na produção de carne, leite e derivados, e nos rebanhos bovinos.
A seriedade do cientista ficava restrita ao trabalho. Fora das pragas e dos insetos era extrovertido, gostava de todo tipo de festa e aproveitar a vida.
Agitado, falante e provocador de risos, fazia perguntas e não dava tempo para respostas. A irmã, a pedagoga Maria Helena Nogueira de Sá, 62, lembra o lado afetuoso e chorão. “Ele chorava até em inauguração de supermercado”, diz.
Os planos para a aposentadoria estavam traçados: cursar violão e fotografia. Um dia após assiná-la, descobriu um tumor no duodeno e foi imediatamente internado.
Durante os seus últimos dez dias, falou sobre suas pesquisas aos médicos, meditou com as filhas, ouviu música e assistiu a filmes.
Luiz Alexandre Nogueira de Sá morreu no dia 6 de julho, aos 67 anos. Deixa esposa, duas filhas, três netos, a mãe e uma irmã.
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