Descrição de chapéu Coronavírus

Prefeitura do Rio de Janeiro suspende tradicional Réveillon de Copacabana

Festa reúne até 3 milhões de pessoas e terá que ser adaptada à realidade imposta pela pandemia

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Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu o tradicional Réveillon na praia de Copacabana, que costuma reunir até 3 milhões de pessoas na cidade. O município apontou que a festa de Ano Novo não é viável no atual cenário de pandemia sem a existência de uma vacina, mas que pretende adaptar o evento à nova realidade.

A Riotur (órgão do turismo municipal) pretende apresentar ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) novos formatos possíveis para o evento, sem a presença direta de público, em modelo virtual. Segundo a Riotur, a ideia é atingir o público pela TV e plataformas digitais. A festa tradicionalmente começa a ser organizado em agosto.

O Carnaval do Rio também está em risco. Na semana passada, representantes de algumas das 12 escolas do grupo especial de escolas de samba disseram não haver segurança para o desfile em 2021 sem que haja uma vacina.

O receio foi tratado em reunião virtual da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) que terminou sem uma definição sobre a realização do evento.

Após a reunião, a Riotur atendeu ao pedido da Liesa e não abriu a venda de ingressos para o setor turístico do sambódromo. Também há discussão sobre o Carnaval de rua, que não está confirmado.

Em nota, a Riotur disse que aguarda, conforme solicitado formalmente pelo presidente da Liesa, a próxima assembleia da Liga Independente das Escolas de Samba, que definirá o rumo dos desfiles para comunicar à prefeitura do Rio.

A Riotur apontou que vem mantendo conversas com o Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público), órgão atuante na construção do evento, e que no momento ainda não é possível falar em definição do Carnaval do ano que vem.

O órgão também afirmou que a realização da festa vai depender de análise de toda a situação, incluindo o número de casos, a evolução no tratamento da doença, a prevenção e a criação de uma vacina.

O estado do Rio de Janeiro é um dos mais atingidos até o momento pela pandemia. Até sábado (25), o estado registrava 156.293 casos confirmados e 12.808 mortes pelo novo coronavírus.

Só a capital estadual acumulava 69.546 contaminados pela Covid-19, com 8.004 óbitos. Foram 63 novas mortes no sábado.

Há ainda 1.160 óbitos em investigação em todo o estado do Rio. Entre os casos confirmados, mais de 133 mil pacientes se recuperaram da doença.

Nas últimas semanas, por outro lado, vem reduzindo a porcentagem de ocupação dos leitos de UTI do Rio de Janeiro. Segundo informações das secretarias de Saúde, estado e prefeitura estão desativando leitos para a Covid-19.

A ocupação de UTIs na rede estadual estava no patamar de 39% na segunda (20), mesmo com a redução de 420 para 125 leitos disponíveis. A capital registrou a primeira alta em um mês, de 67% para 77%, mas na terça (21) já operava com 69%.

Também na sexta (24), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), já havia anunciado o adiamento do Carnaval 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. Nem escolas de samba nem blocos de rua desfilarão em fevereiro.

“Finalmente batemos o martelo e estamos adiando o Carnaval do ano que vem. Conversamos com vários blocos de Carnaval, os blocos tradicionais da cidade. E tanto as escolas de samba quanto os blocos entenderam a inviabilidade de organização do Carnaval para fevereiro do ano que vem”, disse o prefeito.

O adiamento foi discutido em reunião entre a Liga das Escolas de Samba de São Paulo e Covas na quinta (23). A Liga defendeu uma nova data da festa para que as escolas pudessem se preparar para o desfile. A proposta apresentada ao governo era de que o evento acontecesse em maio.

A parada do Orgulho LGBT presencial de 2020, que já havia sido adiada do primeiro para o segundo semestre, também foi cancelada. A edição de 2021 foi adiada para novembro do próximo ano.

Carnaval e parada do Orgulho LGBT, junto com a prova brasileira de Fórmula 1, também cancelada pelos organizadores, são os eventos que mais trazem turistas e dinheiro à capital paulista.

No caso da competição de automobilismo, além do Brasil, Estados Unidos, Canadá e México, países da América que também tinham Grandes Prêmios previstos para 2020, são outras localidades que ficarão sem as corridas por causa da pandemia.

Outra decisão tomada pela prefeitura de São Paulo nesta semana foi de não organizar o tradicional Réveillon da avenida Paulista neste ano. Segundo Covas, seria muito temerário realizar um evento para 1 milhão de pessoas em dezembro deste ano por conta da evolução do novo coronavírus no país.

Em São Paulo, a principal preocupação atual é com as cidades do interior —a capital registra ocupação inferior a 60%, apesar da migração de pacientes de regiões sobrecarregadas.

Como um todo, o estado tem 66,5% de seus leitos de UTI ocupados. Sorocaba, Franca, Ribeirão Preto, Piracicaba e Campinas estão em alerta máximo e, pela primeira vez, o interior do estado ultrapassou a capital em casos acumulados: 170.515 contra 167.801.

Nesta sexta, o estado atingiu a marca de 21.206 mortos pela Covid-19. O número oficial de casos chegou a 463.218.

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