Suspeito de assassinato de estudante no litoral de SP confessou a PMs

No distrito policial, porém, homem não confirmou versão; disse ser esquizofrênico e não estar medicado

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São Paulo

O homem preso na última quinta-feira (9) em Ilhabela, São Paulo, sob a suspeita de participação na morte de Júlia Rosenberg Pearson, 21, confessou a policiais militares o assassinato da estudante.

No distrito policial, porém, o suspeito Marco Antonio Zonzini Júnior, 37, não confirmou versão. Disse ser esquizofrênico e que não está tomando os remédios como deveria.

O suspeito continua preso por força de um mandado de prisão temporária por 30 dias, nas investigações da morte de Júlia e pelo ataque a uma mulher em Ilhabela.

Os detalhes da versão contada pelo suspeito sobre o assassinato de Maresias estão no inquérito policial por meio dos depoimentos dos agentes que participaram da prisão dele na última quinta, quando Zonzini tentou agarrar à força uma mulher em Ilhabela.

Ao ser abordado, Zonzini admitiu ligação com a morte de Júlia, segundo o inquérito.

“O mesmo havia declarado informalmente que não era ‘Jack’ [estuprador], mas somente homicida. E que [sobre] a pessoa morta na trilha de Paúba, o mesmo havia somente a enforcado e não tinha abusado sexualmente dela”, diz trecho da versão contada pelo policial militar Vanildo Dias Brandão.

O suspeito também disse que utilizou uma panela para fazer a cova rasa, utilizada pelo assassino para tentar esconder o corpo da estudante, afirma o inquérito.

A versão contata pelo suspeito aos policiais se encaixa no cenário encontrado pela perícia. Não havia sinais de estupro no corpo da vítima e, conforme contou à Folha o recepcionista Éder Luiz de Siqueira, 36, o assassino utilizou alguma ferramenta para cavar de um barranco a terra utilizada para cobrir o corpo de Júlia.

Policiais civis vasculham a região para tentar encontrar alguma panela.

Apesar de ser uma versão possível, a Polícia Civil também trabalha com outras linhas de investigação. Um outro suspeito que também esteve na região no mesmo dia em que vítima foi morta vem sendo monitorado, com possibilidade de emissão de um pedido de prisão temporária.

A investigação deve ganhar nova força nesta semana quando parte dos exames periciais deve ser concluída. O principal deles é sobre os materiais encontrados nas roupas da vítima e que podem conter material genético a ser confrontado com o DNA de suspeitos.

Júlia saiu para fazer uma caminhada na manhã no domingo (5), como costumava fazer ao menos três vezes por semana, em uma trilha que liga as praias de Paúba e Maresias. Trata-se de um trecho de terra com pouco mais de um quilômetro utilizado pelos moradores das duas comunidades que querem evitar a rodovia.

O corpo foi encontrado na manhã de segunda-feira (6), em outra secundária, já em Maresias. Um trabalhador da região e policiais do Corpo dos Bombeiros localizaram o corpo em uma cova rasa.

A estudante morava em São Paulo, mas estava na casa de praia da família com a mãe e a namorada havia ao menos um mês, por causa da quarentena. Segundo os policiais, Júlia era conhecida na região por ser integrante de uma “família raiz” de Paúba, como são chamadas aquelas que estão ali há mais de 30 anos.

Os últimos registros da estudante com vida foram feitos por câmeras de segurança das casas da região. A polícia trabalha para encontrar nessas imagens indícios que possam levá-la ao criminoso. Uma força-tarefa foi montada para analisar o material recolhido de quase 70 câmeras.

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