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Doria critica aglomerações em praias e governo se preocupa com feriadão

Receio é com 7 de Setembro, após cenas de litoral e estradas cheias no fim de semana de calor

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São Paulo

As estradas movimentadas e praias cheias no último fim de semana de calor, em meio à pandemia da Covid-19, geraram uma nova preocupação no governo de São Paulo, que teme que essas cenas se repitam no feriado prolongado da Independência, do fim de semana até a próxima segunda (7).

Após dias de frio e temperaturas abaixo dos 10ºC, os termômetros subiram e superaram os 30ºC no final de semana. Com isso, as praias se encheram e o distanciamento social foi um dos mais baixos registrados pelo governo, de 43% no sábado, dia em que esse índice costuma ser maior.

A concessionária Ecovias, por exemplo, que administra rodovias que levam da capital à Baixada Santista, registrou congestionamento na descida para o litoral no sábado (29) e na volta à capital no domingo (30), a ponto de implementar operação subida, quando muda o sentido de algumas faixas para facilitar o escoamento do tráfego.

"Todos observaram neste fim de semana um número impressionante de pessoas nas praias do litoral de São Paulo, sem me referir ao litoral de outros estados", disse o governador João Doria (PSDB) em entrevista à imprensa nesta segunda (31), sem citar as praias do Rio, que também lotaram.

Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio, lotada em meio à pandemia da Covid-19 - Tércio Teixeira/Folhapress

"Pessoas se aglomerando sem máscara, de forma inadequada e perigosa. As rodovias tiveram congestionamentos como se nada estivesse acontecendo, como se estivéssemos em período de alta estação, de férias e com razões para celebrar. Não temos razões para celebrar, temos razões para se preocupar", afirmou.

Doria jogou a responsabilidade para os prefeitos das cidades que registraram aglomerações. "Nós demos e oferecemos autonomia aos prefeitos para que possam tomar as devidas providências", disse. "É muito importante que prefeitos que estejam nos acompanhando adotem medidas para evitar aglomerações nas praias, nas praças", continuou.

O governador e seu secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, externaram preocupação com o feriado, onde também há máximas previstas para até 31ºC. Doria afirmou que pode mandar a Polícia Militar dissipar aglomerações, mas disse que isso depende de solicitação dos prefeitos.

"Desde que haja solicitação ao governo do estado, nós daremos apoio. Mas quem faz a solicitação deve ser a prefeita ou o prefeito do município, que tem também a guarda civil e as medidas legais [que pode adotar]". "Havendo necessidade do apoio da PM do estado, desde que essa solicitação seja feita pelo prefeito local, ele será atendido", disse.

Gorinchteyn disse ser "natural que diante de um feriado as pessoas queiram aproveitar, sair e descansar", mas disse que a população não pode relaxar.

"Nós da vigilância do estado estamos ampliando o número de técnicos que estão sendo distribuídos para todos os municípios, mas especialmente para essas regiões que conclamam mais atenção, principalmente a Baixada", afirmou. Mas, tamanha as aglomerações do fim de semana, não foi possível fiscalizar o desrespeito ao distanciamento social, afirmou ele.

Os óbitos e internações pela Covid-19 caíram na última semana em São Paulo, anunciou o governo, e a ocupação de leitos de UTI ficou no menor índice desde o fim de maio. Houve queda de 4% no total de mortes no estado entre 23 e 29 de agosto em relação à semana anterior, além de queda de 4,4% nas internações no mesmo período. A taxa de ocupação das UTIs ficou em 53,9%, segundo o governo o índice mais baixo desde que foi anunciado o Plano São Paulo.

Com redução na demanda, as atividades do hospital de campanha de Heliópolis, na zona sul da capital paulista, foram encerradas. A unidade do Ibirapuera continuará funcionando até 30 de setembro.

Apesar da melhora dos índices, a situação só ficará controlada quando houver vacina, disse o governador, que prevê que, caso haja aprovação em todos os testes no cronograma estimado hoje, em dezembro haja imunização para a população paulista, dentro do convênio assinado pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac.

O médico João Gabbardo, do centro de contingência do novo coronavírus, disse que a situação ainda é grave e não pode ser comparada com outros países como na Europa, que já relaxaram medidas de distanciamento. Enquanto o Brasil tem uma média de 875 mortes por dia, considerando os últimos 7 dias, a Itália tem 6, a Alemanha, 4, e a França, 13, disse.

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