As linhas do texto do jornalista Valdemir Santana ficaram incompletas. No sábado (22), um câncer de pâncreas o obrigou a sair de cena aos 69 anos. A doença foi descoberta há cerca de um mês.
Valdemir agregou qualidade ao jornalismo da Bahia e conquistou amigos. Rico no texto e na alma, competente e preocupado com a ética, espalhou integridade, generosidade e suas pitadas de bom humor.
Como bom jornalista, soube construir as pautas, apurar os fatos e lidar com a verdade. Seu texto misturava leveza e uma fina ironia, sem passar dos limites.
“Valdemir tinha um senso muito apurado em relação ao que era notícia e pauta. Ele conseguiu transformar a sua coluna Gente, no Correio da Bahia, que originalmente era social, em informação”, diz Nestor Mendes Jr., 52, diretor de comunicação do Sindicato dos Jornalistas da Bahia. Os dois foram amigos por 30 anos.
“Ele foi um dos primeiros a tratar de pautas sobre a causa LGBT no jornal numa época muito difícil, com censura”, diz Nestor.
Natural de São Sebastião do Passé, na região metropolitana de Salvador (BA), graduou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia e especializou-se em Jornalismo Interpretativo.
Trabalhou na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Salvador, nos jornais Correio da Bahia e Tribuna da Bahia; e nas revistas Veja, Cláudia, Superinteressante e Caras. Além disso, foi diretor do Sindicato dos Jornalistas da Bahia.
Espirituoso e cativante, apreciava cultura em geral, especialmente música, e estava sempre envolvido com o meio artístico baiano.
Valdemir Santana deixa a mãe Alina, os irmãos Nadir, Zenir e Valdir e sobrinhos.
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