Bonita, elegante, carismática e alegre. É o retrato mais simples da jundiaiense Flávia Fernandes, que nunca desfilou pela vida sem maquiagem ou mal-arrumada.
Aguerrida e determinada, dia a dia, a jornalista colocou a sua profissão a serviço do bem das crianças com câncer do Grendacc (Grupo em Defesa da Criança com Câncer), em Jundiaí (58 km de SP). Ironia do destino, sua morte foi por um câncer colorretal com metástase.
Formada em jornalismo pela PUC-Campinas, a partir de 1995 Flávia atuou em veículos de imprensa de Campinas e Jundiaí. Depois, entrou para o Grendacc.
“A Flávia era doce, carinhosa e atenciosa. Ela defendia o Grendacc com unhas e dentes e estava atenta ao que saía na imprensa sobre a instituição. A Flávia correu atrás de parceiros, ajudava nos eventos e nunca deixou a peteca cair”, afirma a gerente e sócia fundadora da entidade, Katia Franciosi, 53.
No momento em que decidiu se isolar em sua casa no município de Jarinu (68 km de SP) para continuar o tratamento, abriu a página “Casinha no Mato”, no instagram. O objetivo era informar os amigos sobre a doença.
“Ela era de uma generosidade e um coração que não cabia no peito. Para serenar meu coração, penso que ela cumpriu sua missão e espalhou amor", conta a jornalista Liliane Rossi, 46, sua amiga ao longo de 22 anos.
"A Flávia dizia que os áudios que trocávamos no whatsApp não eram sigilosos, porque se a sua história mudasse a vida de alguém ela estaria satisfeita."
E ela mudou. As amigas de Jundiaí criaram no whatsApp o grupo de oração Terço da Flavinha. “Com a doença dela, me apeguei mais a Deus. Isso aconteceu com muitas jornalistas do grupo, que nunca haviam parado para rezar”, diz Liliane.
O grupo não foi desfeito. Com a morte de Flávia, as orações são estendidas a todas as integrantes do grupo para que continuem unidas.
Flávia Fernandes morreu dia 16 de julho, aos 45 anos. Deixa marido e filho.
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