Diante de desafios, o gaúcho Edegar Schmidt dizia que se sentia como um jogador entrando no gramado pelo túnel. “É uma imagem bonita, agora relacionada à saída”, diz Maristela Bairros, ex-mulher do jornalista esportivo.
Schmidt morreu aos 70 anos por complicações da Covid-19 na noite da última segunda-feira (10), em Porto Alegre.
Ele estava internado havia mais de uma semana no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha, em decorrência de problemas de saúde que se agravaram recentemente.
O jornalista sofreu um AVC em 2013, quando perdeu a fala e outras habilidades motoras. Por necessitar de cuidados 24h, morava em uma casa geriátrica. Ao ser internado, seu teste para detectar o novo coronavírus resultou positivo.
Natural de Cachoeira do Sul, iniciou cedo a carreira no rádio. Em Porto Alegre, trabalhou na Rádio Guaíba da década de 1960 até a década de 2010.
Apesar de passagens por outros veículos, foi na Guaíba que consolidou sua carreira. Ele cobriu diversas Copas do Mundo.
“Ele é muito importante na história do comentário esportivo. Seu trabalho era muito técnico, observava o detalhe do jogo. Por isso, era muito respeitado pelos treinadores. Eles gostavam do comentário do Schmidt porque ele ajudava a entender o que acontecia no jogo. Isso o diferenciava como um grande analista do futebol. ”, diz Carlos Guimarães, jornalista e autor do livro “O Comentarista Esportivo Contemporâneo: Novas Práticas no Rádio de Porto Alegre” (Appris, 2018).
Buscando imparcialidade na cobertura, quando era questionado sobre se torcia para Grêmio ou Inter, os principais times de Porto Alegre, respondia que era torcedor do Cachoeira, clube da sua cidade natal.
“Mas ele sempre foi gremista, desde menino”, conta a ex-mulher. Schmidt deixa dois filhos. Por causa da pandemia, foi velado em cerimônia fechada e enterrado no cemitério São Miguel e Almas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.