A poeta e jornalista Mônica Franco Montoro, caçula dos sete filhos de Lucy Montoro com o ex-governador de São Paulo André Franco Montoro (PMDB, 1983-87), sabia contrastar o espírito contestador com o lado humano.
A mistura, somada à personalidade forte e à sensibilidade, fazia dela uma pessoa cativante. Alegre e disposta para festas e badalações, sempre foi rodeada de amigos.
“Mônica era tão contestadora que, com o irmão Ricardo, eram os únicos corintianos dentro de uma família são-paulina”, afirma um dos irmãos, o administrador público Fernando Montoro, 64.
A verdade é que seu jeito contestador ajudou muita gente a encarar a vida de outra forma.
“Mesmo sendo 15 anos mais nova do que eu, a Mônica me ensinou a conviver com o plural, aceitar o diferente e valorizar outros aspectos da vida”, diz sua irmã Malu Montoro Jens, 78.
“Ampliou a nossa maneira de ver o mundo. Ela soube ampliar os horizontes. Foi diferente e impôs amor e respeito pela sua maneira de ser”, continua a educadora.
Ativa, desde a adolescência destacou-se nos esportes que praticava no colégio, como vôlei e atletismo, e abusava do dom de realizar muitas coisas ao mesmo tempo.
Na infância, Mônica gostava de andar a cavalo em Campos do Jordão (181 km de SP) em companhia de seu amigo João Doria, atual governador de São Paulo (PSDB).
Mônica formou-se em artes plásticas na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e jornalismo na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Fera na escrita, apostou na profissão de jornalista, no caderno de turismo do jornal O Estado de S. Paulo e na agência DPZ, de Roberto Duailibi -- hoje DPZ&T--, entre outros trabalhos.
A vida também a brindou com o dom para poesia. Quando criança, segundo seu irmão Fernando, ela tinha o hábito de recitar o poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade.
Dos quatro livros que escreveu, três são de poesia: “Varal” (1984), “Frestas” (1999) e “Passado a Limpo - Ode a Meu Pai” (2009), publicado dez anos após da morte de André Franco Montoro.
Já “Banana, Barro e Mandioca” (2013) traz, em textos e fotos, relatos sobre os moradores do Vale do Ribeira.
Mônica Franco Montoro morreu no dia 8 de agosto, aos 63 anos, de infarto. Deixa cinco irmãos, sobrinhos e sobrinhos-netos.
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