Gestão Covas inclui museu de direitos humanos em concessão do Anhangabaú

Espaço ficará na galeria Prestes Maia, que liga a praça do Patriarca ao vale; elevador será restaurado

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São Paulo

A gestão Bruno Covas (PSDB) incluiu na última semana um museu voltado à área de direitos humanos no projeto de concessão do Vale do Anhangabaú.

O museu ficará na Galeria Prestes Maia, que contará com um elevador com acesso pelo viaduto do Chá.

O Vale do Anhangabaú passou por uma ampla reforma, cujo projeto vem sofrendo críticas. Agora, a prefeitura pretende conceder a área para a iniciativa privada.

A concessão havia sido suspensa após o TCM (Tribunal de Contas do Município) apontar problemas no processo. Segundo a prefeitura, o edital republicado incorporou ajustes e esclarecimentos solicitados pelo TCM.

Nesse novo edital, consta o museu de Direitos Humanos e Cidadania, que deverá ser implantado pela futura concessionária.

O projeto do museu, com um elevador, foi anunciado no fim do ano passado. Com proposta que lembra a de museu chileno que trata do mesmo tema, o espaço cultural ficará em uma área no primeiro andar da galeria.

A prefeitura afirmou que o elevador em questão já existia e será recuperado durante as obras.

A ideia é que seja um local de passagem, em que haja um percurso com as exposições. Também estão incluídos espaços para instalações, salão e auditório.

A concessão inclui duas galerias, a Formosa e a Prestes Maia, que liga a praça do Patriarca ao Vale do Anhangabaú. Atualmente, segundo o edital, a galeria Prestes Maia se encontra subutilizada, com funcionamento apenas de apenas de espaço de atendimento ao servidor e outro de apoio para a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

Os espaços deverão ser explorados financeiramente pela concessionária.

Com a concessão do Anhangabaú, a expectativa da prefeitura é evitar gastos com a administração do local, que deve ser reinaugurado em setembro, e ainda obter algum retorno financeiro —de acordo com a prefeitura, os benefícios previsto com a concessão totalizam R$ 39,81 milhões.

Os investimentos previstos, segundo a gestão, são: monitoramento e vigilância com implantação de câmeras e postos de segurança 24 horas; instalação de lixeiras e sanitários públicos.

Além disso, deve haver fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e telefonia; disponibilização de wi-fi gratuito; o desenvolvimento de aplicativo móvel gratuito para fornecimento de informações com relação ao cronograma de atividades previstas para a área e, ao longo dos dez anos da concessão, fazer reparos e manutenção de todas as áreas, galerias, quiosques e equipamentos existentes.

Como contrapartida, a empresa poderia locar áreas pertencentes à prefeitura e explorar publicidade e eventos.

A reforma do Anhangabaú custou R$ 94 milhões, R$ 14 milhões a mais do que o previsto inicialmente. Alguns urbanistas apontaram uma visão higienista na reforma. Também há a crítica de que a proposta apaga o projeto anterior, fruto de um concurso público, em 1981, que contemplou a proposta dos arquitetos Jorge Wilheim, Jamil Kfouri e Rosa Grena Kliass.

A gestão Covas analisa que, ao longo dos anos, o Anhangabaú se tornou "lugar inóspito" e que os imóveis se fecharam para o vale. A ideia é transformar um lugar de passagem em um local onde as pessoas possam frequentar, usando quiosques e espaços culturais.

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