Dar continuidade aos projetos que a juventude, o talento e a dedicação permitiram não era o principal objetivo de Guilherme Franco, jornalista, curador, cineasta, diretor, roteirista e artista.
Segundo sua mãe, a professora Maria Luisa de Moraes Pinto, 55, ele dizia que queria viver porque ainda tinha muita gente para ajudar.
A solidariedade virou sua marca registrada na infância. Aos nove, Guilherme já trabalhava em festas beneficentes ao lado de uma tia.
O câncer interrompeu o caminho de sonhos e vitórias em 21 de setembro, aos 26 anos.
Guilherme nasceu em Socorro (134 km de SP). Veio à capital paulista para fazer faculdade. Se envolveu em vários projetos de conteúdo audiovisual, inclusive no exterior.
Estava finalizando seu segundo curta-metragem e produzindo e dirigindo uma websérie sobre Festivais de Cinema para o Cinemascope.
“Laura”, seu primeiro filme, foi rodado em Portugal e circulou em festivais ao redor do mundo. Em 2018, o curta venceu na categoria Melhor Roteiro no DreaManila International Film Festival, nas Filipinas.
Outro curta de Guilherme estava na fase de pós-produção. Ele fazia mestrado em Multimeios na Unicamp pesquisando cinematografia e LGBTQI e discurso de ódio.
No Rotaract Club de Socorro, idealizou o Prêmio Rotaract de Direitos Humanos.
De acordo com Maria Luisa, estava em seus planos terminar de escrever dois livros e produzir um documentário sobre a discriminação sofrida pelos doentes de câncer.
“O Guilherme era um ser cheio de luz e paz. Ele não admitia nenhum tipo de discriminação e queria o bem de todos, principalmente dos idosos, que tratava como filhos. Nunca viu maldade nas pessoas”, diz Maria Luisa.
Carinhoso com a família, Guilherme era incentivador dos estudos e do progresso. Deixa os pais e dois irmãos.
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