Aos 50 anos, o pernambucano Francisco Luiz de Menezes Silva abraçou a missão de ser Papai Noel.
A nova função, longe do olhar profissional, foi uma oportunidade para fazer o que sempre gostou: o bem. Somado a isso, houve o incentivo do padrinho de casamento, Aristides Pretti.
Francisco saiu de Pernambuco ainda criança. Morou em Santos (72 km de SP) e depois Jundiaí (58 km de SP). Aposentou-se cedo, após se acidentar no trabalho.
A barba branca cresceu por meses e o Papai Noel de Francisco nasceu em 2010. Ele fez a alegria das crianças em Campinas (93 km de SP), Resende (RJ) e Jundiaí.
Das muitas histórias que deixaram marcas, uma delas ainda comovia o bom velhinho. “Em Campinas, ele atendeu uma garotinha que pediu de Natal uma casa da Barbie e cesta básica. A mãe estava com câncer e careca por causa do tratamento contra a doença, e o pai havia abandonado a família. Ela perguntou a Francisco porque o pai havia ido embora e se o motivo era a perda dos cabelos da mãe?”, conta o filho, o supervisor de facilities Leandro Prêto, 41.
Francisco levava para casa as cartinhas que recebia como Papai Noel e repartia a leitura com a família. Todas com pedido de cestas básicas eram prontamente atendidas.
Anualmente, em meados de agosto, ele iniciava a arrecadação de brinquedos e doces para doar às crianças carentes.
Seu olhar solidário o levou ao conselho de saúde de Jundiaí para ajudar a população da comunidade Novo Horizonte nas questões de saúde, uma vez que o local é distante de hospitais.
Francisco deixou pela metade o sonho de ver os netos crescerem. Morreu dia 2 de setembro, aos 62 anos, de hemorragia estomacal. Ele sentiu-se mal, deu um forte abraço na esposa Maria Lúcia de Sant’anna, 58, e partiu em seus braços. Além dela, deixa seis filhos e oito netos.
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