ONG que atende pacientes do SUS lança campanha para recuperar equipamentos

Cies Global teve 24 endoscópios furtados em agosto; 3.000 pessoas aguardam para fazer exames de saúde digestiva pela entidade

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São Paulo

Depois de um furto que causou um prejuízo estimado em cerca de R$ 2 milhões, a ONG Cies Global lançou uma campanha para arrecadação de verba para a compra de aparelhos de endoscopia. A meta da ação é arrecadar R$ 330 mil até novembro.

Fundado em 2008, o Cies Global - Centro de Integração de Educação e Saúde realiza atendimento médico especializado em comunidades carentes da capital.

Em 2010, seu fundador, Roberto Kikawa, foi reconhecido como vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2010 por inovar com unidades móveis de saúde em carretas. Em novembro de 2018, Kikawa foi morto durante um assalto.

De acordo com o Marcos Fumio, diretor médico da entidade, o prédio onde funciona a sede do Cies Global, no Ipiranga (zona sul), foi invadido na madrugada do dia 24 de agosto. Foram levados 50 computadores e 24 endoscópios —aparelhos para a realização de endoscopias e colonoscopias que, novos, custam em torno de R$ 60 mil cada um.

O médico gastroenterologista Roberto Kikawa e vencedor do 6º Prêmio Empreendedor Social, parceria entre Folha de S.Paulo e Fundação Schwab - Renato Stockler

"Com a pandemia, boa parte dos equipamentos estava guardada aqui", diz Fumio. A ONG ainda possui cerca de 15 aparelhos, que estavam distribuídos em suas três unidades de saúde que já retomaram a realização desses exames, localizadas na Vila Carrão, em Santo Amaro e na Lapa.

Com isso, o atendimento do Cies Global aos pacientes do SUS está atualmente com capacidade reduzida para 30%. A meta de retomar o patamar de antes da quarentena da Covid-19, que era de 6.000 exames de endoscopia e colonoscopia por mês, teve que ser adiada.

Atualmente, somente na fila da entidade, há em torno de 3.000 pessoas aguardando exames de saúde digestiva, afirma Fumio.

São pacientes que tiveram agendamentos cancelados durante a paralisação do atendimento na quarentena. Além deles, há ainda a demanda que tem chegado das unidades básicas de saúde.

"Essa doação vai ajudar a gente a atender a fila de pacientes do SUS que ainda estão esperando atendimento. A gente precisa retomar a capacidade porque a espera está cada vez maior".

De acordo com Fumio, mais da metade dos atendimentos de saúde digestiva feitos no SUS pela Prefeitura de São Paulo é realizada pelo Cies Global.

Além deles, a ONG realiza também exames como tomografia, ressonância magnética, ultrassom e cirurgias de catarata, em nove unidades de saúde.

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