Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Secretário da Educação do Rio é preso em operação que investiga desvios em contratos públicos

Filha do ex-deputado Roberto Jefferson e pré-candidata à Prefeitura do Rio, Cristiane Brasil também teve pedido de prisão decretado

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Rio de Janeiro

Foi preso nesta sexta-feira (11) o secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, durante operação que investiga fraudes em contratos de assistência social no governo do estado e na Prefeitura do Rio.

Ele cumpre prisão domiciliar, já que apresentou teste positivo para covid-19. Filha do ex-deputado Roberto Jefferson e pré-candidata à Prefeitura do Rio, Cristiane Brasil também teve pedido de prisão decretado.

Segundo sua assessoria de imprensa, Pedro Fernandes ficou indignado com a ordem de prisão. “O advogado dele vinha pedindo acesso ao processo desde o final de julho, mas não conseguiu. A defesa colocou Pedro à disposição das autoridades para esclarecimentos na oportunidade. No entanto, Pedro nunca foi ouvido e só soube pela imprensa de que estava sendo investigado por algo que ainda não tem certeza do que é”.

A ex-deputada federal Cristiane Brasil, que é pré-candidata à Prefeitura do Rio pelo PTB, e foi alvo da operação - Reprodução/Facebook

Ainda segundo a assessoria, “Pedro confia que tudo será esclarecido o mais rápido possível e a inocência dele provada”.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o desvio pode ter chegado a R$ 30 milhões.A Operação Catarata investiga irregularidades na Fundação Estadual Leão 13 durante os governos Pezão e Sérgio Cabral.

À época, Fernandes ocupava a Secretaria Estadual de Tecnologia e Desenvolvimento Social. Já Cristiane foi secretária de Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio durante o governo de Eduardo Paes.

Em sua segunda fase, a Operação Catarata atinge indiretamente o governador em exercício, Cláudio Castro.

Deflagrada a partir de dados apurados pela CGE (Controladoria-Geral do Estado) e compartilhados com a Polícia Civil, a operação levou à prisão de 7 pessoas em sua primeira fase. Dessas, um era ex-funcionário de Castro na Câmara, e outro, amigo do vice-governador.

Cristiane Brasil informou, que estava fora da cidade do Rio, se apresentou à Polícia no fim da tarde. Nas redes sociais a filha de Roberto Jefferson afirmou que esse é o preço que paga por colocar a "cara sob os holofotes, apontar, mexer com os poderosos".

"Já investigaram minha vida inteira e nunca encontraram nada. Mas continuam tentando e não se importam em passar por cima da Lei para conseguirem o que querem".

Em nota, ela disse ainda que os investigadores tiveram oito anos para investigar essa denúncia, segundo ela, sem fundamento, e "não fizeram pois não quiseram". "Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai", escreveu ela.

Ela responsabilizou adversários políticos pela operação.

"Isso deve ter dedo da candidata Martha Rocha, do Cowitzel e do André Ceciliano. Vingança e política não são papel do Ministério Público nem da Polícia Civil".

Os denunciados são acusados de crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais, além de embaraçar a investigação.

Além dela e de Pedro Fernandes, os mandados foram expedidos em desfavor do empresário Flavio Salomão Chadud e de seu pai, o delegado Mario Jamil Chadud, e do ex-diretor de administração financeira da fundação Leão 13 João Marcos Borges Mattos.

Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos bairros de Copacabana, Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca.

As investigações tiveram início no ano de 2019, na CGE, que detectou fraudes em quatro pregões eletrônicos, ocorridos nos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018, na fundação.

Segundo a investigação, o núcleo político do esquema, composto por Cristiane Brasil e Pedro Fernandes, "era responsável por viabilizar fraudes licitatórias em suas respectivas pastas, por prorrogar os contratos fraudulentos, mediante recebimento de “propina”, que variava de 5% a 25% do valor pago pelo contrato".

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