Traficante Elias Maluco é encontrado morto em presídio federal no PR

Elias Pereira da Silva cumpria pena pelo assassinato do jornalista Tim Lopes

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Curitiba

O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi encontrado morto na Penitenciária Federal de Catanduvas, oeste do Paraná, na tarde desta terça-feira (22).

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) confirmou a morte do traficante, mas não deu mais detalhes sobre as circunstâncias do caso.

O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, preso na carceragem do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro
O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, preso na carceragem do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro - 22.nov.10/Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro-SSP-RJ/Divulgação

Segundo o órgão, o local foi preservado até a chegada da Polícia Federal, acionada para fazer a perícia. A família já foi comunicada da morte pelo serviço social da unidade prisional, de acordo com o Depen.

“O Depen informa, ainda, que preza pelo irrestrito cumprimento da Lei de Execução Penal e que todas as assistências previstas no normativo são garantidas aos privados de liberdade que se encontram custodiados no Sistema Penitenciário Federal”, completou o órgão em nota.

Procurado pela Folha, o advogado de Elias, Eduardo de Souza Gomes, afirmou que ainda deve se pronunciar sobre a morte do cliente.

O traficante foi condenado em quatro processos distintos, um deles pela morte do jornalista Tim Lopes, em 2002. Ele foi preso em setembro daquele ano, três meses após o assassinato, e a condenação, de 28 anos e seis meses de prisão, saiu em 2005.

O repórter investigativo da TV Globo foi capturado enquanto fazia uma reportagem sobre abuso de menores em um baile funk na Favela do Cruzeiro, no bairro da Penha, na zona norte do Rio.

Elias ainda respondia por tráfico de drogas e associação para o tráfico, além de lavagem de dinheiro. A última condenação, de 2013, foi por ter comprado imóveis e um carro de luxo com recursos do tráfico e registrado os bens em nome da mulher e da sogra. Todas as penas somavam mais de 70 anos de prisão.

Em agosto do ano passado, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), revogou uma prisão preventiva contra o traficante. O mandado era de junho de 2017, referente a uma associação com o tráfico de drogas, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Apesar da decisão, Elias permaneceu preso por conta dos outros processos.

Já em janeiro de 2020, quase 18 anos depois do assassinato de Lopes, um grupo de advogados divulgou que queria desarquivar o inquérito.

Para os criminalistas, o traficante era inocente, já que estaria fora do Rio no dia do homicídio. Eles também acreditavam que poderiam comprovar que as ossadas encontradas, na verdade, não eram do jornalista. Caso a hipótese fosse confirmada, pediriam a anulação do processo.

Com a publicação no Diário Oficial da União de um ato do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em janeiro de 2019, os advogados foram autorizados a investigar por conta própria. A mudança, que atinge o Código de Processo Penal, fez com os defensores decidissem reabrir um caso já tido como resolvido pela Justiça. ​

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