Até 102 anos de idade, a professora Alzira Altenfelder Silva Mesquita ia pelo menos três manhãs por semana ao Colégio São Judas Tadeu.
Ela se misturava aos funcionários da secretaria e executava algumas tarefas, como a revisão da documentação de alunos.
Na década de 1940, sua história se juntou a do grande amor de sua vida, o marido e também professor Alberto Mesquita de Camargo (morto em 1995).
A paixão do casal pela Educação deu vida, a partir de 1947, ao Colégio São Judas Tadeu, na Mooca (zona leste), onde construíram uma história de amor e dedicação.
De início era um cursinho preparatório improvisado na garagem da residência onde moravam.
A construção da Radial Leste fez com que a pequena escola ganhasse um prédio no mesmo bairro e o nome de Instituto São Judas Tadeu.
Em 1955, a professora Alzira lançou a primeira edição de um livro para ensino da Matemática. Foi uma marca importante em sua linha do tempo, uma vez que, na época, a disciplina era exclusiva ao universo masculino.
José Carlos Jadon, professor há 43 anos do Colégio São Judas Tadeu, onde também foi aluno, lembra de como a professora Alzira encarava a educação a ser oferecida aos estudantes, a exemplo do marido.
“Ela se preocupava com a formação integral do aluno; não só cultural, mas moral e religiosa, e buscava passar esta orientação aos professores. Depois do marido, os grandes amores de sua vida foram a Educação e o colégio”, diz Jadon.
Anos após a consolidação do colégio, em 1971, Alzira e o marido criaram a Faculdade São Judas Tadeu, inicialmente com os cursos de Administração e Ciências Contábeis.
A instituição que, em 1989 conquistou o status de universidade, foi vendida em 2014 ao Grupo Anima.
Alzira Altenfelder Silva Mesquita morreu dia 13 de outubro, aos 104 anos. A professora estava internada no Hospital Samaritano devido a complicações de saúde decorrentes da idade.
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