“O Brasil é maior do que qualquer crise ou problema. Está destinado a dar certo”. Essa era uma das respostas favoritas do engenheiro João Augusto Chagas Pestana aos pessimistas de plantão em relação aos rumos e percalços da vida nacional.
João nasceu no Rio Grande do Sul. Estudou nos colégios Anchieta, em Porto Alegre, e Naval, em Angra dos Reis (RJ). Neste último, descobriu sua vocação para as ciências exatas, que o fez trocar a carreira de oficial na Marinha do Brasil pelas aulas da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pouco tempo após se formar, em 1960, mudou-se para São Paulo.
Foi responsável por obras em Santos, Franca e Ourinhos, entre outras cidades paulistas.
Em grandes iniciativas de infraestrutura dos anos 1960 a 1980, em especial nas usinas hidrelétricas de Jupiá, Tucuruí e Itaipu, consolidou sua habilidade como gestor de projetos complexos.
Nas décadas de 1990 e 2000, converteu-se num dos executivos-chave do processo de modernização e privatização do setor elétrico brasileiro.
Foi diretor de novos negócios da joint-venture formada pelos grupos Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa.
Em 1998, tornou-se o primeiro presidente do conselho de administração da Rio Grande Energia e trabalhou muito para tornar realidade o aproveitamento hidrelétrico da bacia do rio Uruguai, na divisa entre RS e SC, por meio das usinas de Itá e Machadinho.
João nunca perdeu o gosto pela literatura, que desenvolveu ainda adolescente em Porto Alegre ao acompanhar as palestras de Érico Veríssimo na antiga Livraria do Globo.
Era um aproximador de pessoas. A filha, professora Andrea Pestana, 58, disse que nunca o viu mal-humorado.
“Ele era alto astral, otimista, preocupado com o próximo e sempre enxergava o lado positivo da situação”, afirma Andrea.
João Augusto Chagas Pestana foi irredutivelmente gaúcho até o final dos seus dias como torcedor do Internacional de Porto Alegre.
Ele morreu no dia 26 de outubro, aos 84 anos, de câncer. Deixa a mulher, dois filhos, um genro, uma nora, seis netos e uma bisneta.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.