A pedagoga Marlene Luzia Barbieri Mantovani foi uma das melhores professoras da pré-escola de Ribeirão Preto (313 km de SP), mas não só pelo carinho e cuidado com as crianças.
“Ela tinha visão humana e aberta da Educação. Via o todo. Percebia as dificuldades dos alunos e buscava uma forma de orientá-los”, diz a filha, a dentista Ângela Mantovani, 54.
Marlene nasceu em Sertãozinho (333 km de SP) e foi criada perto dos primos. Ainda criança mudou-se para Ribeirão Preto e de lá, já adulta, veio a São Paulo para estudar sociologia. Não terminou o curso, pois percebeu que a pedagogia faria parte da sua vida. E estava certa. Na profissão, recebeu e deu muito amor através do trabalho.
Sua outra paixão era a sétima arte. Marlene fundou um grupo de cinema e proporcionava sessões semanais de filmes para posterior discussão.
Antes da pandemia, a troca de ideias era feita durante uma confraternização. Depois, via aplicativo zoom.
Além do cinema, apreciava literatura e a boa música. Ouvia de Elis Regina a Frank Sinatra.
O coração grande era um problema do corpo físico e uma dádiva para o emocional. Marlene deixou muito amor e admiração por onde passou.
Sábia e inteligente, nunca se cansava de viajar e estudar. Politizada, estava antenada em relação aos acontecimentos da atualidade.
À frente do seu tempo, casou em 1961, de vestido curto. O marido Antonio Virgílio Mantovani morreu em 2000, num acidente aéreo, quando retornava de uma pescaria.
Marlene foi forte ao vencer os percalços que a vida colocou em seu caminho.
Disciplinada, cuidava da casa com carinho. As flores de que tanto gostava participavam da fotografia do seu dia a dia. Senso de estética e bom gosto nunca lhe faltaram.
Depois de aposentada, continuou exercitando a sua vocação através do trabalho voluntário com crianças.
Marlene Luzia Barbieri Mantovani morreu dia 14 de outubro, aos 83 anos, de parada cardíaca. Deixa dois filhos e três netos.
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