Descrição de chapéu Obituário Eurídice Belmonte Gandra (1924 - 2020)

Mortes: Ponderada e generosa, Dida preservou o sorriso no rosto

Professora, ela gostava de ler, ouvir MPB e música francesa e até dedilhava no violão Abismo de Rosas, clássico de Dilermando Reis

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São Paulo

A professora Eurídice Belmonte Gandra, ou Dida, como gostava de ser chamada, era a prova de que a linha da vida tinha muitas nuances.

Dida nasceu em uma família cheia de amor, um sentimento que seguiu seus pais, Paschoale Carmine Belmonte e Philomena Crudo, da Calábria, na Itália, para o Brasil.

Eurídice Belmonte Gandra (1924-2020)
Eurídice Belmonte Gandra (1924-2020) - Arquivo pessoal

Ambos moravam a apenas 50 km de distância e só se conheceram na adolescência, em terras brasileiras.

Paulistana, Dida era a caçula de nove filhos. A criação foi humilde, mas Paschoale depositou os sonhos na filha, a única a cursar universidade. Estudou letras neolatinas na USP e Pedagogia na Faculdade Piratininga. Depois, especializou-se em Francês e Espanhol.

A mesma universidade deu-lhe a oportunidade de encontrar Rui Gandra, estudante de Direito. Casaram-se e tiveram dois filhos. O marido trabalhava como delegado de polícia e Dida lecionava.

A viuvez veio aos 54 anos. Dida ainda perdeu um filho e o neto, o diretor de cinema publicitário Paulo Gandra, à época com 28 anos. “Ela era uma pessoa especial, ponderada e generosa. Sempre ajudou a família. Soube devolver o amor que recebeu dos irmãos”, diz o filho, o jornalista José Ruy Gandra, 63.


Dida morreu dia 26 de setembro, aos 96 anos, enquanto dormia, serena, em casa e perto da família.

Até um dia antes, preservou o sorriso no rosto, que apareceu em muitos momentos ao longo da vida: quando lia, ouvia MPB ou música francesa, ou até mesmo dedilhava no violão “Abismo de Rosas”, um clássico de Dilermando Reis.

O dom para tocar o instrumento estava impregnado na família —entre os irmãos e sobrinhos. Dida deixa um filho, um neto e um bisneto.

“Suas qualidades, como a honestidade, eram salientes. A vida de minha mãe foi uma lição e ela um exemplo de ser humano”, afirma José.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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