Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Luau reúne 2.000 pessoas no Arpoador, no Rio, durante a pandemia

Prefeitura diz que evento não tinha autorização e que população precisa ter consciência

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Rio de Janeiro

Um luau reuniu milhares de jovens na praia do Arpoador, em Ipanema, neste final de semana, em meio à pandemia do novo coronavírus. O evento, que já é tradição há mais de cinco anos, começou por volta das 22h de sábado (14) e terminou na manhã de domingo (15).

A página do “Luau Bateu a Onda” no Facebook registrou 1.400 confirmados e 1.700 interessados e dizia na descrição que era dia de "matar a saudade do melhor luau do RJ" e reunir os amigos. Imagens publicadas pelos participantes mostram que houve aglomerações, como em rodas de samba, e que ninguém usava máscara, apesar de o espaço ser aberto.​

Muitas pessoas na praia, à noite.
Luau reune milhares de jovens na praia do Arpoador, em Ipanema (zona sul do Rio), na madrugada de domingo (15) - Reprodução/Associação Viva Selva de Pedra

Agora, os organizadores planejam uma nova edição em local fechado: "Se tudo der certo, em breve estaremos lançando um evento fechado, fiquem de olho!", escrevem.

Também falam que "é complicado colocar som ali como gostaríamos, por conta dos moradores e prefeitura. Por isso, sempre pedimos para cada um levar a sua caixinha de som e quando dá, colocamos uma banda para tocar. Mas dessa vez houve um imprevisto com eles".

A permanência nas areias cariocas está autorizada desde o último dia 3, quando o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou a última fase de flexibilização das atividades na cidade, no que chamou de período conservador.

O luau gerou críticas de parte do moradores da região, principalmente da Associação Viva Selva de Pedra. O grupo diz que já sabia que o evento estava sendo planejado e que há duas semanas o batalhão da Polícia Militar responsável pela área pediu seu embargo, mas a Justiça negou.

"Enquanto o Judiciário estiver de olhos fechados para o que está acontecendo na nossa cidade, ou melhor, no nosso país, estas aberrações continuarão acontecendo. Muito triste!!!!", afirmou a presidente do grupo, Denise Corrêa, nas redes sociais.

Ela cita informações hora a hora do batalhão local, que relata que o público atingiu seu ápice por volta das 4h de domingo, com cerca de 2.000 pessoas no local. O informe diz que houve revistas e abordagens por som alto, mas não houve registros de tumulto nem delitos.

Procurada, a PM informou que deslocou equipes para a área e que duas pessoas foram conduzidas à delegacia: uma se recusou a desligar ou diminuir o volume do som e outra se apresentou como organizador do evento. A corporação não explicou por que a aglomeração não foi dispersada.

Em uma postagem por volta das 22h de sábado, os organizadores escreveram: "Já tem algumas pessoas chegando no local e nos informando que tem a presença de guarda municipal e policiamento. Não se preocupem, eles sempre estão presentes em todos os eventos do luau. É só cada um ir para curtir e não causar alvoroço".

Já a prefeitura afirmou que a festa não tinha autorização para acontecer e que os organizadores não seguiram o trâmite necessário para esse tipo evento na cidade, o que depende da aprovação de diversos órgãos municipais.

A Guarda Municipal informou que recebeu denúncias contra o luau e, "com o apoio da Polícia Militar, atuou para coibir a realização do evento. No período em que os agentes permaneceram no local, não foi registrada ocorrência de som alto". Também não respondeu por que a aglomeração não foi dispersada.

"A Guarda reforça que estamos em período de pandemia e aglomerações podem contribuir para o aumento do número de casos de Covid-19. As ações de fiscalização seguem sendo realizadas pela GM-Rio na cidade, mas é fundamental que a população tenha consciência das ações que devem ser tomadas para evitar a propagação do coronavírus", afirma a nota.

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