“Existe vida mais barata, mas não presta”. O bacharel em Direito Diego de Oliveira Ferreira gostava de pronunciar o verso da música “Vida mais Barata”, de Gabriel Diniz.
A simpatia pela afirmação não tinha como objetivo ostentar. Ao contrário. A simplicidade pautou sua vida e Diego nunca deu valor ao luxo. As riquezas ficavam no coração e eram compartilhadas com familiares e amigos.
Paulistano, Diego esbanjava sentimentos. Alegre, divertido, estabanado e amoroso, muitas vezes parecia uma criança. Perto das qualidades, o gênio forte era insignificante.
Corintiano fanático, Diego tinha um jeito especial de contar piadas e arrancar gargalhadas.
Desde cedo, herdou da família o gosto pela aventura sobre duas rodas. A moto era seu meio de transporte para o trabalho, passeios e simbolizava o apreço pela liberdade.
Diego começou a trabalhar aos 11 anos, vendendo alho na feira para ajudar os pais. Aos 17, juntou-se ao seu pai Raul Ferreira na distribuição de jornais. Exerceu a função por anos e depois tornou-se metalúrgico.
Estudou direito na Faculdade de Diadema, fez estágio por um período e conquistou um emprego num escritório de advocacia.
Tamara Ferreira, 34, que é bacharel em Direito, cruzou o caminho de Diego em 2005. Eles trabalhavam perto e foram apresentados por amigos em comum. Ficaram pouco mais de 15 anos juntos. Destes, sete casados.
Diego era pai de Isabella, 19, e queria um menino. Com Tamara realizou o sonho quando tiveram Gustavo, 6.
A história de Diego terminou na madrugada de 29 de outubro, após ele sofrer um acidente de moto.
“Ele passou numa lombada, a moto desestabilizou e Diego foi arremessado para a calçada. Há um mês ele havia se acidentado e ficado 15 dias imóvel”, conta Tamara.
O casal estava divorciado, mas em vias de retomar o relacionamento. Diego deixa os dois filhos, os pais e três irmãos.
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