Era italiano, mas de coração brasileiro. A passagem do padre Emilio La Noce pelo Brasil baseou-se no amor e na dedicação.
Nascido na Sicília, entrou para o seminário aos 11 anos e foi ordenado presbítero diocesano de Caltagirone no dia 8 de agosto de 1962.
Segundo a Arquidiocese de Rondônia, em 1972 mudou-se para Porto Velho (RO), onde permaneceu até de abril de 2012. Emilio foi o primeiro padre diocesano da capital. Até sua chegada, todos eram salesianos.
Por 40 anos, foi pároco da paróquia São Cristóvão, da catedral Sagrado Coração de Jesus e vigário-geral.
Marília Rio, 38, diretora de comunicação da região de Escoteiros de Rondônia conheceu padre Emilio quando era adolescente. “Carinhoso, sereno e sensato, ele foi referência para os jovens. Era como um avô muito querido. Além de contribuir com a comunidade católica, incentivou o movimento escoteiro”, afirma.
As vidas da auxiliar de escritório Teolinda Odísio Freire dos Santos Neta, 41, e de padre Emilio se cruzaram há 25 anos. Além de ter sido coroinha, Teolinda fez primeira comunhão e crisma com o pároco.
“O fato dele ter sido escoteiro na infância nos aproximou. O padre Emilio apoiava o 3º grupo do Ar O Catalina, que eu fazia parte, cedia a sala da catedral para os encontros do grupo aos sábados e sempre que possível fazia parte das reuniões”, conta.
Sempre atencioso, generoso e divertido, padre Emilio via nos grupos de escoteiros uma forma de atrair o jovem para a igreja. “Ele não usava o temor, mas o amor”, afirma Teolinda.
Emilio La Noce morreu dia 14 de novembro, aos 82 anos, em decorrência de complicações por Covid-19.A doença foi contraída na Itália, onde vivia desde 2013.
O consulado-geral da Itália em São Paulo disse em nota que “padre Emilio dedicou, por mais de 40 anos, sua missão sacerdotal para a Igreja de Porto Velho mostrando a todos o sorriso carinhoso de Deus. Nos unimos a Arquidiocese de Porto Velho e a Diocese de Caltagirone na oração de agradecimento a Deus pelo presente que foi ter padre Emilio entre nós”.
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